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Gastronomia

Brasil, Gastronomia

Babem, gringos

20 de julho de 2015

Com o termo sendo utilizado de forma totalmente pejorativa nos últimos tempos, o Faniquito de hoje vem exaltar (e indicar*) dois lugares pra você se deleitar com aquela iguaria maravilhosa e tipicamente brasileira, chamada coxinha.

Só dois? Sim, só dois. São os que a gente ama, que têm um preço bacana, uma coxinha “tamanho gordinho” e cujo passeio (afinal, estamos num site de viagens) é bem bacana.

Porém, contamos com a colaboração dos nossos amigos e leitores para aumentarmos o número de indicações. Sem melhores ou piore, a ideia é somente indicar lugares em que a gente vai pra comer, e sai sorrindo. Às indicações, portanto:

Praça Cheese Lanchonete

Isso é uma foto de celular, sem Photoshop.

Isso é uma foto de celular, sem Photoshop.

Em frente à FNAC Pinheiros, um bar com mesas na calçada (aprovamos) pode passar em branco aos mais apressados. Recomendação? Esqueçam a pressa. O atendimento é bacana, a cerveja é gelada, com uma boa variedade de rótulos e sem frescuras gourmet, graças a Deus e à Sil – a dona do bar e sua futura amiga, caso você tenha 5 minutos pra um bom papo. E sim, ela lembra do seu nome depois de 3 ou 4 visitas.

Mas o papo é coxinha, e a de lá é referência na região – sendo inclusive indicada por hotéis e albergues próximos à gringaiada que procura pelo quitute nacional. É uma das histórias que a Sil mais conta, sempre com novos fatos, como bilhetinhos desajeitados de gente que vem de todo canto do mundo.

A coxinha não decepciona nem um pouquinho, sendo muito bem servida, e atendendo àquelas coisas que a gente procura no salgadinho ideal – sequinha, bem recheada e crocante. E no conjunto da obra, o bar – que não é badalado como o Frangó, o Veloso ou outros lugares de São Paulo – deixa saudade. Mas como fica do lado do metrô Faria Lima, dá pra voltar sempre – pra mais uma coxinha e um papo na calçada.

Praça Cheese Lanchonete
R. Álvaro Anes, 25 – Pinheiros – São Paulo/SP

Padaria Real

O triângulo de queijo cobriu um pouco a foto. Desculpem.

O triângulo de queijo cobriu um pouco a foto. Desculpem.

Quer pegar uma estrada no fim de semana? Sorocaba é um ótimo destino pra quem ama o salgadinho. “Mas você vai pegar estrada e pagar pedágio pra comer coxinha?” – SIM, meus amigos. E não é exagero. Assim que você chega à cidade, escolha uma das (agora quatro) lojas da cidade. São enormes, e a marca da padaria traz a data de sua fundação: um lugar que foi fundado em 1957 e está aberto e imponente até hoje não é pouca coisa.

Mesmo com o tamanho das padarias – muito semelhante às grandes padarias que a gente conhece por aí – o que mais impressiona é a frequência das fornadas de coxinha, necessária à demanda dos clientes locais e forasteiros, que vêm aos montes experimentar a iguaria.

Obviamente que não é só coxinha que a padaria vende (e o triângulo de queijo se tornou outra necessidade deste que vos escreve sempre que visita  a dita cuja). Mas sem dúvida, é a grande estrela da casa, inclusive com algumas variações interessantes – já pensou numa coxinha de bacalhau? Pois bem, eles têm. Mas fique com a tradicional. Coma quantas aguentar, e não tenha vergonha de levar pra viagem. É inevitável.

Padaria Real
R. da Penha, 1.373 – Centro – Sorocaba/SP

E você, onde levaria seu amigo gringo pra apresentar esse quitute sensacional? Indique suas preferências pra gente 🙂


*Nossos textos não são patrocinados. A gente indica aquilo que a gente gosta/aprova, porque isso também ajuda na viagem alheia. Simples assim.

Argentina, Gastronomia

Isabel

25 de maio de 2015

Pegando o gancho do texto anterior, escrito pela Dani semana passada, a dica de hoje é sobre um lugarzinho meio inesperado em El Calafate… mas uma coisa de cada vez, então vamos lá:

El Calafate é uma cidadezinha deliciosa localizada na Patagônia Argentina. Pra efeitos de comparação (e levando-se em consideração que sou brasileiro/paulista), é razoavelmente semelhante a Campos do Jordão, porém sem montanhas e menos colonial. Em uma rua principal estão todo os principais pontos comerciais da cidade: restaurantes, lojas, agências de turismo e até mesmo uma feirinha são passeáveis e conhecíveis à pé; numa rua paralela acima está a estação rodoviária, e seguindo adiante está a área residencial da cidade; tomando-se a rua principal como referência novamente, mas olhando pra trás, em três ou quatro ruas paralelas estão distribuídos os hotéis e albergues da cidade, além de alguns serviços essenciais – lojinhas de conveniência, lavanderias e bazares.

De El Calafate falaremos mais em outras oportunidades. Hoje, o assunto é o Hostel El Calafate… bem, mais ou menos. O assunto mesmo está dentro do Hostel El Calafate – mais especificamente, o quê e quem.

Com poucos dias – às vezes, somente um – disponíveis em determinadas cidades, dificilmente o restaurante do hotel é uma opção considerada na hora de decidir onde comer. E aí entra em cena outro personagem dessa história, chamado Leandro, e proprietário do Isabel Cocina al Disco* (http://isabelcocinaaldisco.com/) – um enorme e bonito salão localizado ao lado da recepção do albergue**.

Leandro é o cara à esquerda, no pique.

Leandro é o cara à esquerda, no pique.

Estávamos de saída para conhecer a cidade (chegamos no começo da tarde), quando fomos abordados pelo rapaz pouco antes da saída. Confesso que não me lembro direito do papo, mas foi engraçado – sim, o Leandro era o argentino com maior fluência em Português que havíamos conhecido até então. E com meia dúzia de piadas infames e aquele jeito Ciro Bottini infalível, ficamos meio confusos até ele nos convencer a jantar por lá mesmo.

Resumindo a história: ficamos 5 dias em El Calafate. Jantamos por lá 3 vezes.

Claro que ficamos. Olha o tamanho dessa panela...!

Claro que ficamos. Olha o tamanho dessa panela…!

Porque não basta a comida ser MUITO boa (e escrever em letras maiúsculas é uma pequena tentativa de quantificar o cuidado com o sabor da coisa toda), o ambiente e o atendimento são um capítulo à parte. Falando da comida: além de alguns pratos comuns (leia-se bife de chorizo e adjacências), a especialidade da casa é a cocina al disco de arado – um panelão de diversos ingredientes, com jeito de comida rústica, mas de um sabor que é um verdadeiro soco na cara de tão gostoso.

Dá pra sentir o cheirinho dessa delícia?

Dá pra sentir o cheirinho dessa delícia?

E pra fechar, que tal um sorvetinho de calafate?

E pra fechar, que tal um sorvetinho de calafate?

Quanto ao atendimento, a simpatia do Leandro e da sua equipe são coisa que vão muito além da simples venda – saímos de lá já morrendo de saudade, e felizmente mantemos contato desde então – e que melhor recomendação existe do que conhecer um lugar, e sair de lá com uma amizade a tiracolo?

Três refeições depois: alegria incontida, e amizade saudosa!

Três refeições depois: alegria incontida, e amizade saudosa!

Portanto amiguinhos, esse texto (que porpositalmente está indo ao ar pouco antes do almoço) é um incentivo a mais para que, quando de sua viagem ao país hermano – mais especificamente à parte lá de baixo, onde existem pinguins, geleiras e noites ensolaradas – considerem El Calafate. Cheguem com fome, e conheçam o Isabel. Mais que isso: conheçam o Leandro.

Capaz que saiam de lá de barriga cheia, e torcedores do Racing*** 🙂


*Nossos textos não são patrocinados. A gente indica aquilo que a gente gosta/aprova, porque isso também ajuda na viagem alheia. Simples assim.

**Albergue por chamar Hostel El Calafate – mas com área de hotel do lado oposto ao restaurante. Adotamos a convenção porque ficamos no albergue mesmo.

*** Nem Boca nem River – o cara é doente pelo Racing – mesmo (mas ainda assim um gente boa).

Alemanha, Gastronomia

Freistaat Bayern: um passeio muito além da Oktoberfest

23 de abril de 2015

Por Melissa Lüdeman


A Alemanha tem uma história carregada de significado. É impossível pensar no país e não se lembrar do massacre aos judeus durante a Segunda Guerra. Sem dúvida, o nazismo está enraizado na memória coletiva do mundo, mas é na parte sul do país que a lembrança é muito mais branda, e a população, muito mais alegre e receptiva.

A Baviera está localizada no Sul da Alemanha, onde o clima é mais ameno aos padrões tropicais dos brasileiros. No verão, as temperaturas podem chegar à média dos 30ºC – um deleite para turistas que não estão acostumados com o frio devastador.

Visão aérea do centro de Munique

Visão aérea do centro de Munique

Munique, uma das maiores cidades da região, é especialmente agradável. Além de ser palco do maior evento de cerveja, comida e música do mundo – a Oktoberfest –, também respira história, modernidade (ainda que comedida) e harmonia com a natureza.

É impossível chegar ao coração de Munique e não se apaixonar. A Praça de Carlos (Karlsplatz) é a porta de entrada para o centro. Além do Portão de Carlos (Karltor), uma parte da antiga muralha da fortaleza medieval que protegia a cidade, o local possui uma bela fonte no cerne da praça, um alívio refrescante para turistas que visitam a cidade no verão.

Karltor, o portão da antiga muralha medieval que cercava Munique

Karltor, o portão da antiga muralha medieval que cercava Munique

Fonte da Karlsplatz

Fonte da Karlsplatz

Seguindo adiante pelo Karltor, por meio da Neuhauser Strasse, é possível visualizar o prédio da Augustinerbräu*, a cervejaria mais antiga de Munique, fundada em 1328. Para quem gosta de cerveja, experimentar esta preciosidade é quase obrigatório.

Logo mais à frente, surge a Praça de Maria (Marienplatz), uma das mais bonitas praças da Alemanha, que abriga a antiga e a nova prefeituras (Altes und Neues Rathaus) no mesmo perímetro. A nova prefeitura, além de ser um prédio de beleza ímpar com uma arquitetura esplendorosa, possui no centro a Torre do Relógio, onde, todos os dias às 11h e às 17h uma procissão de bonequinhos saem de dentro do relógio para dançar.

Neues Rathaus na MarienPlatz

Neues Rathaus na MarienPlatz

Ainda no centro, podemos avistar de quase todos os lugares a Frauenkirche, igreja que foi parcialmente destruída na Segunda Guerra, e hoje está restaurada. Com suas cúpulas verdes marcantes e salão gigante, a igreja pode abrigar até 20.000 fiéis.

Para os que adoram comer, tenho duas dicas deliciosas e igualmente especiais para todos os tipos de bolso: o Viktualienmarkt, um mercado ao ar livre, e a cervejaria/restaurante Hofbräu.

O Viktualienmarkt é uma espécie de feira ao ar livre com tudo que há de melhor em comidas típicas bávaras, bem como temperos, mel caseiro, geleias, frutas maravilhosas e queijos de vários tipos. Prove tudo que lhe oferecerem e aprecie os aromas de cada barraca. Procure pelo Obatzda, uma pasta de queijo Camembert com páprica, cerveja e temperos e descubra que este é o acompanhamento perfeito para um bretzel tradicional.

Viktualienmarkt

Viktualienmarkt

A Hofbräuhaus foi fundada em 1589 pelo Duque William V da Baviera para uso próprio, a fim de evitar a fadiga que era ter que comprar a cerveja direto da Saxônia. Apenas depois de um tempo, em 1828, a cervejaria foi aberta ao público. O local é bastante amplo, com espaços em áreas internas e externas (ou biergarten, como eles costumam chamar os lugares onde se toma cerveja ao ar livre), e mesas no melhor estilo bávaro de ser: dois bancos grandes com uma mesa de madeira no meio. A decoração é simples, mas muito bonita, e o teto com pinturas é um espetáculo à parte.

Interior da Hofbräuhaus

Interior da Hofbräuhaus

Além de tomar o Maß de cerveja Hofbräu, ou HB para os íntimos – que na minha opinião é uma das melhores cervejas do mundo –, você poderá experimentar pratos típicos da Baviera: eisbein (joelho de porco)schweinsbraten (bife tenro de porco com batatas), würstplate (poutporri com várias salsichas alemãs), apfelstrudel (torta de maçã), entre outros, sempre regado a muita música tradicional.

Schweinsbraten com batata

Schweinsbraten com batata

O passeio pelo centro de Munique pode ser feito em um dia, para aqueles que tiverem pressa, ou em dois, para ter um pouco mais de folga para curtir cada detalhe. Acompanhe um dos muitos guias que transitam pelo local e conheça muitas histórias. Vale muito a pena!

Afinal, “In München steht, eins, zwei, g’suffa!” (Aqui em Munique – um, dois, nós bebemos!).

Eu, e a minha querida e amada Maß

Eu, e a minha querida e amada Maß


Se você quiser participar das publicações do Faniquito com suas histórias, curiosidades e dicas de viagem (e não importa o destino), é só entrar em contato com a gente por esse link. Todo o material deve ser autoral, e será creditado em nosso site.

*Nossos textos não são patrocinados. A gente indica aquilo que a gente gosta/aprova, porque isso também ajuda na viagem alheia. Simples assim.

Causos, Croácia, Gastronomia, Ir e vir

Winter is coming – parte 1

13 de abril de 2015

Pegando embalo na estreia de mais uma temporada de Game Of Thrones, com a turminha de Jon Snow, Tyrion Lannister e cia. na noite deste último domingo, faremos uma semana especial por aqui no Faniquito – não sobre a série, mas sim sobre uma de suas locações mais bonitas e vistosas: Dubrovnik.

Porém, esse primeiro texto não será tão direto. A cidade será apresentada na próxima quinta-feira, com a volta da Debs pra cá (após um mês de aprimoramento profissional do/para o Faniquito). Hoje darei algumas dicas sobre o que fazer quando em Dubrovnik – coisas que o pessoal do Game Of Thrones possivelmente não poderá incluir nos próximos capítulos da série. Afinal de contas, não é só de inverno que esse mundo é feito…

Pra começar, vamos direto pro estômago.

Em Dubrovnik, existem duas áreas comerciais de destaque: a cidade velha, e a área portuária. A primeira é bem mais movimentada, pois o objetivo de todos os cruzeiros que desembarcam por lá é justamente explorá-la durante o dia. Cruzeiros esses que chegam – obviamente – pela área portuária, o que justifica a afirmativa anterior. A oferta de restaurantes na cidade velha é gigantesca, o que acaba deixando a região do porto em segundo plano como opção gastronômica – um vacilo monstruoso, como demonstrado em dois exemplos logo abaixo:

A Otto Taverna (http://tinyurl.com/pdhb69t) é uma excelente opção para um jantar mais romântico e reservado. O ambiente é lindo e minúsculo, com um atendimento primoroso e simpaticíssimo. Mas nenhuma combinação de todos esses fatores supera a experiência da sequência de pratos servida durante o jantar. Muito sabor, boas quantidades, e e um cuidado que aumentarão seu amor – inevitável desde a chegada – pela cidade. Chegue cedo (o restaurante abre para o jantar no finalzinho da tarde, começo de noite), e seus poucos lugares vão embora rapidinho. Apesar de alguma rotatividade, a pressa não é lugar comum para quem opta pela comida de lá – por motivos óbvios.

Bonito, gostoso e delicado.

Bonito, gostoso e delicado.

Alguns metros distante dali – coisa de 5 minutos de uma caminhada tranquila – está o Amfora (http://tinyurl.com/pm7jers). O restaurante possui um salão bem amplo, inclusive com algumas mesas na calçada. Não se deixe enganar por seus aspecto de “lugar que não deu certo” – sim, ele normalmente tem lugares de sobra. O atendimento é muito atencioso e excelente, assim como seus pratos. Destacamos com louvor o risoto preto, que é um dos melhores pratos que já comemos NA VIDA. Durante nosso jantar, o garçom ofereceu alguns ítens que não estavam no cardápio – incluindo alguns pratos em fase de experimentação que o chef da casa estava fazendo. Uma delícia.

Risoto pra comer de joelhos.

Risoto pra comer de joelhos.

A segunda dica é sobre transporte.

Dubrovnik não é exatamente a cidade mais fácil pra você se locomover. A entrada da cidade, além do acesso de veículos, comporta o porto e a rodoviária. As pousadas se espalham nas áreas residenciais, e existem alguns hotéis mais próximos da cidade velha (cujos valores de hospedagem beiram ao proibitivo), sendo a saída mais comum para quem se hospeda na cidade o aluguel de apartamentos. Porém, os acessos são extremamente complicados – pela geografia vertical da cidade, subidas e descidas pesadas, suas vielas e becos. Os valores de táxi são caros – a cidade em si não é barata, e toda economia possível deve ser considerada para os viajantes menos afortunados – grupo esse que integramos desde sempre.

Uma cidade vertical não é mole de ser explorada.

Uma cidade vertical não é mole de ser explorada.

Uma boa alternativa para poupar as pernas e agradar os bolsos é comprar o passe diário de ônibus, vendido logo na entrada da cidade velha. Por 30 kunas (coisa de R$ 12), você pega quantos ônibus quiser no período de um dia. São linhas circulares, que dão acesso a praticamente toda a cidade – incluindo a rodoviária. E uma informação a ser destacada: todos os pontos de ônibus possuem informações sobre linhas, e horários de saída e chegada (que são cumpridos com rigor britânico), o que facilita absurdamente a vida de qualquer turista. As viagens são curtas, pois a cidade é pequena, então não tenha medo e compre seu bilhete assim que chegar à cidade.

Sempre pontual, ele te espera pra sair na hora certinha.

Sempre pontual, ele te espera pra sair na hora certinha.

O bilhete diário: não esqueça de validar, pois não há cobrador.

O bilhete diário: não esqueça de validar, pois não há cobrador.

A terceira e última dica: sobre um causo local que aconteceu com a gente.

Qualquer lugar minimamente turístico oferece uma gama razoável de possíveis passeios e atividades. O caiaque foi nossa escolha em Dubrovnik, com um circuito que nos daria uma visão bacana da cidade, algum conhecimento histórico, uma volta por uma ilha da cidade, e uma parada em uma pequena praia de lá. Nessa praia, além de comer um lanche, havia a possibilidade de mergulhar de uma pedra, tomar um banho de mar e nadar utilizando snorkel. Não nos arriscamos na pedra, comemos nosso lanche e fomos pra água fazer nosso primeiro mergulho livre.

A prainha da terra de Jon Snow.

A prainha da terra de Jon Snow.

Resultado: a visão incrível daquele tanto de peixe numa água absolutamente transparente nos levaram a investir num curso de mergulho poucos meses depois. Uma ideia que jamais havíamos imaginado, e que tomou forma naqueles poucos minutos de alegria. Mais uma prova concreta de que o faniquito existe em todo mundo. É só botar pra fora.

Gostou? Quinta tem mais 🙂

Gastronomia, Perú

Uma tarde no museu

22 de janeiro de 2015

Confesso que não sou o cara que viaja pra conhecer museus (exceto alguns muito específicos – famosos ou não – cujos temas ou abordagens são quase obrigatórios). Porém, em Lima tivemos a oportunidade de conhecer um lugar que agrada tanto aos aficcionados quanto a pessoas como eu, que só querem um passeio interessante – seja ele onde for.

O Museo Larco é um museu particular, cuja coleção compreende peças importantes da história do Perú datadas de até 4000 anos atrás. Obviamente, para quem é natural de um país com pouco mais de 500 anos de história pós-colonização, é um tsunami de informações sobre o que de fato acontecia com nosso continente. Dá até uma invejinha tanto conhecimento sobre as raízes de um povo – coisa que a gente infelizmente nem arranha.

O museu é bem ajeitadinho e não deve nada pros grandes e clássicos...

O museu é bem ajeitadinho e não deve nada pros grandes e clássicos…

...fora que o Perú é especialista em surpreender seus visitantes.

…fora que o Perú é um país especialista em surpreender seus visitantes.

Fizemos o passeio acompanhados de um guia (coisa que a gente também nunca havia feito até então, e que recomendamos a quem se interessar). Apesar de perder em privacidade e autonomia, você ganha demais em contexto – parece uma coisa óbvia, mas pra gente não era, e por isso a explicação. A coleção de cerâmicas, máscaras e artefatos encontrados durante escavações em diversas cidades do Perú são de cair o queixo. E o museu é extremamente bem montado (iluminação, áreas e fluxo), o que torna o passeio ainda mais bacana. Das informações que recebemos, uma vertente que vale ressaltar é um outro lado da visão sobre os incas – algo bem diferente do que se conta/diz em Cusco, por exemplo. E isso é o máximo, pra explodir a cabeça mesmo, e fazer a gente ficar sedento pra conhecer que raio de continente é esse em que a gente vive – principalmente essa parte de baixo.

Uma imagem da exposição em detalhes.

Uma imagem da exposição em detalhes.

Porém, ainda não citei os diferenciais, e eles existem. Três deles, pra ser mais específico:

O primeiro é o acervo que não está exposto do museu propriamente dito, mas sim num depósito anexo. Uma vez que a ideia do museu nasceu de uma coleção herdada (por Rafael Larco Hoyle, filho de Rafael Larco Herrera – o colecionador original – sendo que Larco Hoyle foi aconselhado por seu tio – Victor Larco Herrera, que fundou o primeiro museu de Lima – a construir um museu para abrigá-la), a cada nova leva de artefatos descobertos durante escavações posteriores, era necessário também um novo espaço para guardar tanta coisa. São diversos corredores, com dezenas de peças tão ou mais bonitas do que as expostas na área principal: vasos, máscaras, utensílios, cabaças, potinhos e potões sensacionais. Beira ao inacreditável a quantidade e a beleza de tudo.

A parte "não-exposta" é simplesmente absurda.

A parte “não-exposta” é simplesmente absurda.

Não são poucas as peças, as prateleiras e os corredores.

Não são poucas as peças, as prateleiras e os corredores.

Pois é... a gente fica com cara de pateta.

Pois é… a gente fica com cara de pateta.

O segundo é a coleção erótica (nada mais justo, uma vez que estamos no Perú, e piadas sempre cabem). Simpaticamente é a hora em que nosso guia apresentou o espaço, fez alguma piadinha marota e disse que nos esperaria na saída dali. O que se seguiu foi uma ode à criatividade dos nativos peruanos – porque o bicho pega nas imagens nada inocentes que compõem a coleção.

Se você achava que eram os orientais os  mais simpáticos à sacanagem...

Se você achava que eram os orientais os mais simpáticos à sacanagem…

...acredito que sua opinião mude a partir de agora.

…acredito que sua opinião mude a partir de agora.

Por último, o terceiro motivo: após tanta risada com uma exposição nada convencional, estávamos com fome. E o restaurante do museu é uma parada necessária a toda e qualquer pessoa que pretenda iniciar uma incursão na culinária local – hoje, das mais bem conceituadas do mundo. Sem frescuras, mas com todo o requinte possível: que comida boa do cão. Além de tudo ser lindo e cuidadoso, o sabor é um troço que eu só sou capaz de descrever com caras e barulhos de tão delicioso. Papo de gordinho? Não. Mesmo. E esse trocinho redondo da primeira foto abaixo continua sendo a coisa mais gostosa que comi na vida.

Não dá pra explicar, meus amigos. Mas posso dizer que é tão bom quanto bonito.

Não dá pra explicar, meus amigos. Mas posso dizer que é tão bom quanto bonito.

Vale ainda ressaltar o jardim que entorna o museu – uma beleza colorida, mas que a gente acabou não dando muita importância na ocasião, por estarmos muito cansados nesse dia (hora dessas eu conto a história da viagem inteira, justificando esse fato). O complexo ainda possui várias outras atividades educacionais, recreativas… enfim, é uma casa linda, que em nada se parece com aqueles museus que davam sono nas aulas de História.

Cores e mais cores nos jardins do museu.

Cores e mais cores nos jardins do museu.

Vá, pra fugir um pouco dos passeios mais tradicionais da capital peruana. Tenha curiosidade nos olhos, alimente bem seus ouvidos, e dispa-se de pudores. Ah sim! Se puder, vá com fome 😉

Gastronomia, Irlanda

Irish breakfast

15 de janeiro de 2015
Teste

Por Melissa Lüdeman


Sausages, bacon, black pudding, white pudding, ovos, tomate, batata, feijão doce, cogumelos e torradas. Um cardápio que parece pesado para degustar nas primeiras horas da manhã, mas, na verdade, é um abraço gastronômico.

Antes de morar em Dublin, torcia o nariz para a ideia de comer feijão no café da manhã, ainda mais a versão doce – que é a opção tradicional na terra do Leprechaum. Achava insano e jurava de pé junto que não iria gostar nada desta combinação bizarra de bacon + cappuccino. Mas, como acho válido experimentar sabores diferentes, resolvi encarar a empreitada num belo – e chuvoso – domingo, pós-bebedeira.

O Full Irish Breakfast – ou Café da manhã Irlandês completo – é o verdadeiro menu viking! Composto por aproximadamente nove ingredientes principais – podendo variar de acordo com o restaurante – é uma refeição que sacia e segura sua fome durante um dia inteiro, acredite, e pode ser uma poderoso remédio para curar uma ressaca dublinense.

Ainda não acredita que pode ser muito saboroso? Saiba mais sobre cada item do prato e dê uma chance:

Ovos fritos – é o tradicional zoião com gema mole. Geralmente o prato vem com duas generosas unidades;
Sausages – são as salsichas embutidas tradicionais da Irlanda. O sabor é similar a uma lingüiça assada, mas não tão saborosa quanto;
Bacon – na Irlanda eles utilizam uma parte mais nobre do porco para produzir o bacon, que parece um lombo com uma quantidade ideal – e nada enjoativa – de gordura, cortado em fatias milimétricas;
Black Pudding – um embutido feito basicamente com sangue de porco e aveia – a ideia parece detestável, mas é delicioso;
White Pudding – outro embutido muito similar à versão Black, mas sem o sangue, feito basicamente com carne de porco, gordura e farinha de aveia – é muito gostoso;
Feijão doce – é uma versão de feijão branco, com sementes maiores – temperada com molho de tomate. Na Irlanda é muito comum encontrar este tipo de feijão já pronto sendo comercializado em latas pela marca Heinz;
Batatas, tomate e cogumelos – geralmente são servidos em pedaços rapidamente salteados numa mistura de azeite com ervas;
Torradas – simples, feitas com pão de forma branco.

Desejou?

Desejou?

Além da Irlanda, este prato é muito comum no desjejum de países como a Inglaterra e Escócia – com algumas alterações de ingredientes e apresentação do prato, dependendo da região.

Não existe um ritual para comer o prato, o ideal é libertar o visigodo que existe dentro de você e mandar tudo pra dentro. Minha dica especial é passar manteiga na torrada e colocar o feijão por cima – SIM, PÃO COM FEIJÃO -, é simplesmente delicioso. Ah, não se esqueça de reservar uma fatia de torrada para ‘chuchar’ na gema do ovo.

Se estiver em Dublin, recomendo dois locais muito famosos pelo Irish Breakfast:

Third Space
Unit 14, Smithfield Market, Dublin 7
http://www.thirdspace.ie/

Lemmon Jelly
Millennium Walkway Dublin 1
http://www.lemonjellycafe.ie/


Esse é nosso primeiro texto com colaboração externa! Se você quiser participar das publicações do Faniquito com suas histórias, curiosidades e dicas de viagem (e não importa o destino), é só entrar em contato com a gente por esse link. Todo o material deve ser autoral, e será creditado em nosso site.