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Causos, Faniquito

Janela ou corredor?

3 de maio de 2016

– Vocês já conhecem a cidade?
– Não, é nossa primeira vez.
– Então troquem de lugar comigo.

E dessa maneira ganhamos a janela de presente na chegada ao Aeroporto Internacional Malvinas Argentinas. Janela. Um lugar onde eu me acostumei a não sentar desde que casei, por puro e simples cavalheirismo. É de lá que a Dé tira as primeiras fotos de qualquer viagem que a gente faça, e as últimas também. Fotos essas que não costumam figurar em nossos álbuns com grande destaque: reflexos, sujeira, falta de foco e mais um punhado de péssimas condições que não fazem desses registros motivo de orgulho.

Se algum morador ou conhecedor da cidade/destino te oferecer a janelinha...

Se algum morador ou conhecedor da cidade/destino te oferecer a janelinha…

...aceite sem pestanejar.

…aceite sem pestanejar.

Mas é da janela que o gatilho é apertado. Quando o avião acelera na pista, sabemos que começou. A imagem de deixar para trás por alguns instantes tudo e todos que conhecemos para mergulhar numa nova realidade é um dos significados mais verdadeiros do faniquito. Quem está no corredor olha pro lado. Quem está na janela volta a ter 8 anos e passa a procurar predinhos, identificar carrinhos, pessoinhas e tudo o que ficou lá embaixo enquanto o avião decola.

É da janela que a gente enxerga o horizonte ficar levemente torto. Entende a geografia dos rios. Reencontra cartões postais. Se diverte na fofura inacreditável e infinita das nuvens. Deixa para trás chuva e neblina, enquanto mergulha num azul perfeito. E é dela também que temos as primeiras e distantes impressões de nosso destino, quando ele deixa de ser vontade pra se tornar realidade.

De zero a dez, sua vontade de rolar em cima dessas nuvens é...

De zero a dez, sua vontade de rolar em cima dessas nuvens é…

A janela do avião é a moldura desajeitada de muitas imagens que quase sempre guardamos pra gente, e pra mais ninguém. Impressões lindas como a chegada àquele primeiro aeroporto citado no início desse texto, a saída assustadora de um corredor de prédios quando decolamos de Congonhas, o tapa na cara que é a chegada ou a saída do Santos Dumont – possivelmente um dos visuais mais avassaladores do mundo, sem exageros.

A bela.

A bela.

A fera.

A fera.

E mesmo quando dela nada se vê, com exceção das luzes da cidade que se aproxima, o ar automaticamente se renova e, por alguns instantes, é possível deixar pra trás tudo o que até aquele momento pesava nas costas. Novos dias num novo lugar – inédito ou não, que não faz parte da sua rotina, e por consequência ainda tem aquele sabor de presente de Natal.

É a única janela da qual vale a pena ver o mundo. Mas não por acaso, quando as portas são abertas, a vontade de conhecer o que está lá fora ultrapassa qualquer belo horizonte – registrado ou não – que possa ser vislumbrado por aquele quadradinho (que nem é tão quadrado assim).

Dinheiro, Faniquito, Fazendo as malas

Do sonho à realidade

5 de abril de 2016

– Qual é a viagem dos seus sonhos?

Eu iria pra qualquer lugar” pode ser a resposta à pergunta que dá título a esse texto. Muita gente que nos visita vive dizendo que adoraria viajar mais, que gosta da forma como descrevemos nossas viagens. Oras, por que não viajar então? Porque decidir um destino e promovê-lo a projeto pessoal pode ser mais difícil do que parece. E digo isso com a experiência de quem não sonhava em viajar até meia década atrás, quando esse tipo de pensamento foi aos poucos ganhando terreno no meu cotidiano. Vou contar aqui, numa lista rápida, um jeito de fazer essa vontade toda virar algo mais. Vamos lá?

Primeiro passo: sonhe, deseje e defina um lugar

Não amigos, isso aqui não é um site de auto-ajuda, e muito menos aqueles canais cafonas do instagram, que trazem frases de efeito pra frustrar seu dia-a-dia de trabalhador. Mas o primeiro passo é sim desejar e querer algo específico. “Ir pra qualquer lugar” não te dá perspectiva, um horizonte, e daí a vontade genérica fica desfocada e sem horizonte. Desse ponto à frustração é um pulinho, e a coisa não toma forma.

Deseje alguma coisa de verdade, por mais bizarra que seja. Gosta de comer? De dormir? De tomar sol? De conhecer gente? Curte algum idioma? Quer conhecer um ponto turístico? Defina o lugar onde você vai encontrar essa coisa que você tanto gosta. Com o destino na cabeça, alimentar o sonho torna-se tarefa mais simples.

Segundo passo: pesquise sobre

Essa alimentação é feita com pesquisa, e pesquisar hoje em dia é uma baba. Não faltam fontes (confiáveis ou não), e nisso o Faniquito também está aqui pra te ajudar. Procure dicas de quem já foi, guias especializados, vídeos no YouTube. A Dé costuma pesquisar os jornais locais do destino desejado, pra saber sobre a situação política de lugares menos conhecidos/divulgados (e isso inclusive pautou nossa não-ida a um possível destino em nossas próximas férias). Toda informação vale, e procure se empanturrar de pesquisa antes de partir pro próximo passo.

Com planejamento, seu sonho ganha nome, número e horário.

Com planejamento, seu sonho ganha nome, número e horário.

Terceiro passo: consulte seu cofrinho

A hora que muitos temem, é o momento de ver quanto custa fazer esse sonho virar realidade. O mais importante aqui é manter a calma e os pés no chão, pois pra tudo tem jeito. Se você tiver economias suficientes e disponíveis para concretizar seu desejo, maravilha! Mas se não tiver, é hora de avaliar cada possibilidade: o tipo de transporte (ônibus, avião, carona, aluguel de carro), estadia (hotel, albergue, bed & breakfast, couch surfing), época para viajar (alta ou baixa temporada), e quanto em média custam alimentação, cuidados essenciais os programas desejados.

O mais importante é não fugir ou desistir antes de se informar direitinho, pois os valores MUDAM, e mudam MUITO considerando todos esses fatores. Se mesmo assim o dinheiro não der, planeje uma poupancinha paralela e faça um projeto a longo prazo. Uma relação muito verdadeira é a que para cada programa pago existe uma alternativa gratuita, e colocar no papel os custos estimados é o passo definitivo pra você aprender a planejar sua viagem.

Quarto passo: comece

Qual a melhor hora pra começar a me planejar“? Agora, meu amigo. É muito difícil fazer esse passo-a-passo num período curto, do tipo “quero viajar daqui a um mês“, a não ser que você tenha dinheiro e tempo sobrando. É uma possibilidade, mas certamente você faz parte de uma minoria. Por isso mesmo, não perca tempo postergando decisões que você pode tomar agora, pesquisas que você pode fazer no seu tempo vago, dinheiro que você pode começar a guardar agora mesmo, e abraçando promoções e oportunidades que surgem a todo momento.

Defina seu foco o quanto antes, e a partir daí siga essa receitinha de bolo, que de tão besta é necessária. Conte com a gente se quiser tercerizar esse trabalho, mas não deixe na vontade uma experiência cada vez mais necessária e esclarecedora. Viajar abre portas, e amplia cada vez mais sua percepção sobre o funcionamento do mundo e das pessoas. Sonhar é bom. Realizar é ainda melhor.

Dinheiro

2016: um ano pra se viajar

25 de fevereiro de 2016

Por Melissa Lüdeman


Será que dá? Saiba como economizar e se planejar para não deixar de viajar em 2016.

2016 começou gritando em alto e bom som: “não vai ser fácil”. O dólar que estava na faixa dos R$ 2,80 em fevereiro de 2015 hoje oscila na casa dos R$ 4.

Apesar de vários destinos interessantes não utilizarem esta moeda, a alta compromete a economia do mundo todo. Por isso, se você planeja viajar para países que tem o dólar ou o euro como moeda corrente, saiba que você terá que planejar e economizar bastante para tornar este sonho possível.

Mas, se você não quer correr o risco, vale repensar o seu destino e aproveitar opções mais baratas. O que não vale é abrir mão da sua tradicional viagem de férias este ano, viu? O Faniquito preparou algumas dicas importantes de economia para antes da viagem e durante o percurso para você aproveitar ao máximo, sem sustos lá na frente. Confira:


ANTES:

201601

• Pesquise sua passagem em sites especializados em passagens aéreas
Cadastre seu destino em sites como o Skyscanner e o Kayak, e receba e-mails periódicos que informam as variações de preço para o local e a data que você deseja.

201602

• Escolha seu destino de acordo com o seu orçamento
No site Adioso você diz o quanto quer pagar pelas passagens, e o serviço lista uma série de vôos disponíveis para a data que você delimitar.

201603

• Programe suas férias depois de encontrar um vôo perfeito
Se você tiver flexibilidade no trabalho, encontre uma tarifa que se adeque ao seu orçamento e depois marque o dia das suas férias. O site Melhores Destinos faz uma listagem diária das melhores promoções encontradas.

201604

• Pesquise o custo de vida dos lugares que você quer visitar
O Numbeo é o maior banco de dados online com informações sobre cidades e países do mundo. Dá para ter uma noção sobre a vida cotidiana do destino informações especiais para viajantes.

201605

• Parcele as passagens com antecedência no cartão de crédito
Comprar passagens antes é quase sempre mais barato, e você ainda pode parcelar no cartão de crédito com o bônus extra de acumular milhas. Programando direitinho, dá para chegar no dia do embarque com a passagem já quitada, e com uma preocupação a menos.

201606

• Acompanhe a cotação da moeda do seu destino
Saiba o valor de câmbio e aproveite os períodos de baixa cambial esporádica para comprar a moeda com antecedência. Comprar euros ou dólares regularmente também serve como reserva para viagens futuras.


DURANTE:

201607

• Pague o que puder em cash
Pague tudo que puder em dinheiro, e deixe os gastos no cartão de crédito apenas para emergências. Lembre-se, o custo de 0,38% de IOF sempre é melhor que os juros de 6,38% de qualquer cartão de crédito. E mais, você nunca saberá quanto estará custando o dólar quando a fatura do seu cartão fechar. Uma fatura que você pensou que sairia por R$1000,00 pode facilmente se transformar numa de R$3000,00 num piscar de olhos. Tome cuidado!

201608

• Alugue um apartamento ou casa
Se você vai ficar um período considerável em apenas um local, vale a pena alugar um apartamento ou casa que oferecerá o mesmo nível de conforto e localização que um hotel, saindo mais barato. Sites como o Airbnb, Tripadvisor e Booking tem várias opções de imóveis. Mas não se esqueça de pesquisar bem sobre o imóvel e cheque todas as informações relevantes com o proprietário para não ter surpresas.

201609

• Livre-se de preconceitos, e hopede-se num hostel
Os hostels são bem mais baratos que qualquer outra opção de hospedagem. Se engana quem pensa que são opções ruins. Muitos hostels tem qualidade similar a hotéis econômicos, e oferecem cafés da manhã fartos e com muita qualidade. O site Hostel Wold apresenta um vasto portifólio de Hostels do mundo e as avaliações das pessoas que já se hospedaram. Para deixar tudo mais seguro, é possível também reservar pelo site.

Em Londres, por exemplo, três diárias em fevereiro custam R$437,55 no Generator Hostel contra R$664,00 no Gresham Hotel Bloomsbury, ambos com a mesma qualidade e ótima localização.

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• Coma produtos de supermercado
Supermercados tem uma infinidade de produtos deliciosos, e podem substituir uma refeição rápida. Não é preciso abrir mão de restaurantes, claro, mas um piquenique no parque vai bem em qualquer viagem!

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• Evite utilizar o serviço de Roaming Internacional
As tarifas de roaming Internacional das operadoras são abusivas. Para não ter surpresas na volta, compre um chip pré-pago local e recarregue de acordo com a demanda. Se quiser economizar ainda mais, dispense o chip e aproveite todos os pontos de wi-fi possíveis, que hoje estão em todos os lugares.

201611

• Fique mais tempo em menos destinos
Translados, ônibus e aviões podem encarecer sua viagem e tomam um tempo precioso. Procure programar seu roteiro para passar mais dias em cidades maiores, e programe viagens menores de um dia para locais próximos.

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• Compre Passes Turismo para o transporte público
Muitas cidades do mundo oferecem bilhetes especiais para turistas. São várias opções de passes especiais que valem muito mais a pena do que os individuais. Para não fazer feio nem levar gato por lebre, pesquise antes como funciona o sistema de trasporte do destino que você visitará.

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• GPS Grátis
Você sabia que o Google Maps liberou a navegação para uso offline? Antes de viajar baixe os mapas dos destinos e economize o 3G.


BÔNUS: OS BARATOS DO MOMENTO

Montevidéu, no Uruguai
Para quem gosta de história, arquitetura e belas paisagens a capital Uruguaia é uma excelente opção. Dá para visitar muita coisa sem pagar nada por isso. Nos restaurantes, pagando contas com cartão de crédito, você se isenta de um imposto de 18,5%, uma bela economia, hein?
Passagens ida e volta (saindo de São Paulo): R$900,00 (média)
Hospedagem em Hostel: R$55,00 por diária (média)

Santiago, no Chile
Viajar pela América do Sul ainda é a opção mais barata entre os destinos internacionais. Economizando na passagem, dá para aproveitar sem culpa os passeios para o Vale Nevado e a Vinícola Concha Y Toro que custam em torno de R$150,00. Comer por lá também é uma pechincha, o jantar completo – com vinho -, sai por R$35,00.
Passagens ida e volta (saindo de São Paulo): R$910,00 (média)
Hospedagem em Hostel: R$75,00 por diária (média)

Bali, na Indonésia
Apesar do preço da passagem ser um pouco salgado, todo o custo adicional em Bali compensa. As maravilhosas praias e paisagens são atrações turísticas imperdíveis e gratuitas. Tem coisa melhor?
Passagens ida e volta (saindo de São Paulo): R$4.000,00 (média)
Hospedagem em Hotel 5 estrelas: R$130,00 por diária (média)

Istambul, na Turquia
Quer visitar dois continentes ao mesmo tempo numa só viagem? Seu destino é Istambul, a única cidade no mundo dividida entre a Europa e a Ásia. Já pensou a mistura interessante que a mistura entre oriente e ocidente dá? História e modernidade se colidem a todo tempo.
Apesar da passagem também ser mais cara, tudo por lá vale a pena, desde jantares que custam menos de R$25,00 a atrações turísticas que não passam dos R$30,00.
Passagens ida e volta (saindo de São Paulo): R$3100,00 (média)
Hospedagem em Hostel: R$30,00 por diária (média)


Se você quiser participar das publicações do Faniquito com suas histórias, curiosidades e dicas de viagem (e não importa o destino), é só entrar em contato com a gente por esse link. Todo o material deve ser autoral, e será creditado em nosso site.

Faniquito

Eu, viajante

23 de fevereiro de 2016

Eu nunca pensei que seria uma daquelas pessoas que se programa todo ano pra viajar. Há 8 anos, quando fizemos nossa primeira viagem, a coisa toda aconteceu de uma forma tão impulsiva, que não foram poucas as vezes que me desentendi com a Dé durante aqueles oito dias: pouco dinheiro, medo de improvisar, insegurança por estar num lugar totalmente desconhecido eram algumas das coisas que me faziam temer mais do que aproveitar aqueles primeiros momentos. Aos poucos, fui me acostumando àquele cenário, e a coisa toda acabou fluindo de uma maneira um pouco melhor. Mas não foi fácil.

Por isso mesmo, entendo as pessoas que resistem a sair da concha. A gente vive ouvindo sobre a tal “zona de conforto”, e o quanto ela acaba “nos protegendo” de tudo aquilo que não conhecemos. É um jeito de enxergar a vida, sem dúvida: no quentinho e fofinho, tudo parece maravilhoso e sob controle. Durante a maior parte da minha vida, era essa a minha cabeça. E da mesma forma, quando ouvia que fulano ia pra não sei onde, tudo aquilo me parecia trabalhoso demais, caro demais, difícil demais pra valer tamanho investimento. Estava enxergando o mundo lá de dentro da minha concha, onde a gente vê as coisas pela perspectiva de um olho mágico, com travas na porta e chave girada. É mais seguro acompanhar a vida daqui, de dentro da redoma.

A gente acaba se boicotando. Encontrando “prioridades mais prioritárias”, e algumas desculpas que reprimem nossas vontades. Claro que custa dinheiro – tudo na vida custa. Dinheiro é necessário. A diferença é o que você faz com o que ganha. Quanto tempo você pretende economizar, de quanto precisa, no que de fato quer gastar, e se viajar for uma opção válida e forte, pra onde quer ir. Pode demorar pouco, pode levar uns dois ou três anos. Se é longe, precisa de tempo, e se você não tem tempo, precisa dar um jeito de conseguir compensar esses intervalos de uma maneira produtiva, pra que a viagem não seja um parênteses, e sim parte da sua vida. A ideia central é: incorporar esse planejamento e todas as suas variáveis ao seu dia-a-dia, de forma que pensar a viagem não seja um ato de desespero, com pouco menos de um mês pra tirar férias, e sim uma ação contínua e abrangente.

Mas como sair de dentro da concha, e incorporar essa rotina?

Planejar. Sempre.

Planejar. Sempre.

Planejar uma viagem é pensar em vontades, escancarar desejos e tentar concretizar alguns sonhos. Tudo isso leva em consideração esse contexto complexo, de distâncias, valores, tempo hábil, deslocamento e diferenças. Transformar dificuldade em ânimo é o primeiro e mais difícil passo. Parece tão difícil quanto dar entrada num carro, num apartamento, comprar um sofá, criar um filho. A gente se sente incapaz até começar a fazer – seja voluntariamente, ou por necessidade. E sim: viajar torna-se uma necessidade quando você começa. Ver novas cores, jogar do imaginário pra memória, ou mesmo experimentar as transformações inevitáveis que uma experiência dessas sempre (e repito: SEMPRE) proporciona são algumas das razões que levam a gente a todo ano repetir esse ciclo, de uma forma tão natural que nem percebemos mais quando começa e quando termina um desses projetos.

Mesmo em um contexto econômico tão adverso quanto o atual, projetos são projetos: existem opções, que às vezes não são tão óbvias, e as vontades, bem… essas nunca mudam. Nossa função é sempre ajudar, incentivar, não deixar a bola cair. Talvez pelo fato de nossa primeira viagem ter sido feita da forma mais absurda possível – ambos desempregados e sem renda alternativa, demorando a entender caro e barato num país diferente, e sem saber sobre como seria o dia seguinte – que a gente assimile as dificuldades como sendo um terreno comum, ao qual qualquer ser humano está sujeito. Na adversidade, aprendemos mais em oito dias do que em meses e meses de namoro. Amadurecemos. Conhecemos coisas novas. Outras opções. Colecionamos momentos, que até hoje têm cheiro de novo. Voltamos felizes – e obviamente, preocupados, mas corremos atrás e ajeitamos as coisas até a viagem seguinte, que teve outros problemas, e mais uma tonelada de ensinamentos, soluções e memórias.

Viajar é um ciclo de recompensas. Seria fácil cair no lugar comum e citar que “dinheiro em viagem não é gasto, mas investido”. Soa babaca quando nosso bolso está vazio, mas aprendemos a dar nossos pulos mesmo com pouco ou quase nada na carteira. Então sim, é um constante investimento viver e proporcionar a outras pessoas esse tipo de sensação. É o que a gente leva adiante, e que nenhum momento de dificuldade é capaz de arrancar de dentro da gente. Sua cabeça muda, você evolui como ser humano e cidadão, além de entender de uma forma muito mais clara sua importância pro mundo e pras pessoas. Viajar é foda. Não existe hora boa ou ruim pra isso: existe sim o planejamento adequado à situação e suas necessidades.

É nossa prioridade – tão inabalável quanto qualquer vontade sincera. Como, quando e onde cuidar dela, depende de você. Quanto a nós dois, um novo planejamento está em andamento, e quem sabe logo mais ele venha parar aqui. Até lá, pense bem o quão gostosa é essa concha, e se essa coceirinha aí não é vontade de dar uma volta pelo resto do oceano…

Faniquito

Uma apresentação formal

8 de janeiro de 2015

Daqui a alguns dias nosso projeto completa seu primeiro mês. O Faniquito já sabe andar sozinho, e até arrisca algumas palavras. Com essa independência precoce, talvez seja hora de apresentar um pouco melhor nosso espaço, e contar pra vocês o que exatamente estamos fazendo aqui – afinal de contas, um monte de gente nova apareceu, e as apresentações se fazem mais que necessárias.

Para uma melhor experiência (sim, recomendações de cinema),
cliquem nos links sublinhados durante as explicações abaixo

Tirando o óbvio – adoramos viajar, é fato – nosso site existe essencialmente por duas razões:

A primeira é o registro de viagens: aquelas que fizemos, as que estamos planejando, e as que pretendemos fazer. Mais que isso – queremos histórias e relatos de pessoas igualmente apaixonadas, vislumbradas ou que tenham algo pra dividir sobre o tema. Não demoramos a aprender que os registros são tão importantes quanto a experiência em si. Sabemos que as memórias ficam turvas com o passar do tempo, e viajar possibilita um aprendizado tão intenso num período tão curto que desperdiçar qualquer detalhe seria um verdadeiro pecado. Para isso, contamos com alguns colaboradores/amigos, que esporadicamente passarão a temperar os conteúdos do Faniquito com suas histórias, dicas, macetes, curiosidades, causos e o que mais valer a pena registrar.

A importância de um registro: quando será a próxima vez que cruzaremos com o pipoqueiro do fim do mundo?

A importância de um registro: quando cruzaremos novamente com o pipoqueiro do fim do mundo?

E com tantas informações pipocando, sabemos que a vontade de viajar – o faniquito propriamente dito, pra quem não sabia o porquê do projeto ter esse nome – vai além de visitar nossa página. Para essa segunda etapa, temos nossa segunda razão de ser:

E ela consiste no planejamento de viagens por demanda – algo que sempre fizemos por aqui, pra nós mesmos, desde a nossa primeira viagem. Nunca encontramos pacote, agência ou combinação pronta que nos fosse plenamente satisfatória… afinal de contas, quem não quer conhecer, visitar ou explorar o máximo possível de um destino até então desconhecido? Temos nossas próprias vontades e desejos – que nem sempre podem ser encaixados em soluções prontas. Por que não podemos então fazer a coisa do nosso jeito?

A gente está aqui pra te ajudar EXATAMENTE nisso – pois podemos.

É fácil resumir o porquê de estarmos aqui

É fácil resumir o porquê de estarmos aqui

E essa ajuda consiste numa assessoria totalmente voltada ao desejo que cada um tem, de fazer a viagem do jeito que gosta: mochilando, pra namorar, pra conhecer gente ou lugares diferentes, pra simplesmente passear e relaxar, entre tantas outras possibilidades. Fornecemos um planejamento completo, com dicas sobre onde ficar, o que fazer, onde comer, por onde passear, e como fazer tudo isso se locomovendo por conta própria – e não num ônibus ou avião com pessoas usando uniforme. Não compramos nada, não vendemos nada. Nosso negócio é somente o planejamento, o caminho das pedras para que o futuro viajante tenha onde se basear, para dar seus passos em terras desconhecidas com propriedade e conhecimento.

Já temos alguns clientes com seus planejamentos em andamento – sim, nascemos com a mão na massa, e esperamos continuar assim! Se você se interessou, quer saber mais, quem sabe mandar sua história de viagem, escreva pra gente por aqui. Tá a fim de fazer as malas com um planejamento nosso? Então clique aqui. E se quiser trazer mais gente pra esse espaço roxinho simpático, indique pros amigos nossa página, facebook, instagram, pinterest e/ou twitter.

Estamos devidamente apresentados? Então simbora!

Faniquito

Como tudo aconteceu

14 de dezembro de 2014

Não sei de onde veio esse amor por viajar, só sei que um dia me descobri assim: querendo conhecer o mundo inteiro. Sempre tive essa vontade, mas considerava uma vontade normal, mediana, coisa que todo mundo deve sentir.

Minha primeira viagem pra valer foi pra Argentina. Digo pra valer porque foi a primeira que fiz “sozinha”, sem os meus pais; porque viagem com os pais não conta. Eles sempre sabem pra onde ir e o que fazer, eles têm tudo planejado; viajar com os pais sempre tem aquele ar de segurança, de férias de criança.

E nessa primeira viagem pra Argentina, depois de deixarmos as malas no quarto, sairmos pela porta do hotel e darmos de cara com a rua, sem saber se deveríamos ir pra esquerda ou pra direita, sem falar a língua local, sem saber o que comeríamos pelos próximos nove dias, sem saber o que veríamos, o que sentiríamos, sem saber como iríamos nos locomover, ou seja, sem saber praticamente nada; confesso que me bateu um pequeno desespero, mas foi aí que uma faísca acendeu e aquela vontade que eu considerava normal cresceu a ponto de se tornar uma paixão inexplicável, quase um vício.

Hoje em dia, chegar num lugar completamente desconhecido me fascina de um jeito que poucas outras coisas conseguem me fascinar. Hoje, ao chegar num lugar novo, fico extremamente feliz em ouvir uma língua na qual eu não sei se estão me xingando ou me dando boas vindas, fico extasiada em olhar pra uma paisagem completamente diferente de tudo aqui que cresci acostumada a ver, fico ansiosa em pensar que meu almoço vai ter uma variedade de sabores que pode fugir totalmente da minha zona de conforto. Mais ainda, só de pensar em fazer coisas que normalmente não faríamos “em casa”, como subir uma montanha ou até mesmo andar sem destino fixo pela cidade até que seu corpo e seus pés implorem por descanso, isso sim, me deixa muito empolgada.

Por esses motivos (entre tantos outros) que viajar tomou um lugar de tanta prioridade na minha vida, por ter esse efeito terapêutico, por me propiciar conhecer tantas coisas novas, por me fazer viver experiências pelas quais nunca achei que fosse passar, até mesmo me interessar por assuntos que na escola nunca prestei muita atenção. Quanto mais conheço do mundo, muito mais quero conhecer.