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Hospedagem

Fazendo as malas, Hospedagem, Ir e vir, Perrengues

Maldito mês de dezembro (?)

7 de dezembro de 2015

Foi-se a primeira semana de dezembro. O período de Festas é um dos momentos do ano em que a grande maioria das pessoas resolve botar o pé na estrada: férias escolares e/ou coletivas, é uma oportunidade de enfim juntar a família e fazer alguma coisa diferente da vida. Não por acaso, é justamente entre dezembro e janeiro em que essa alegria pode ser trocada por ódio mortal e absoluto se você não souber jogar direitinho com essas datas. Botar as malas no carro pode significar horas e horas de congestionamentos, competição por comida e abrigo com outros turistas, dores de cabeças inimagináveis e absurdas… enfim, a coisa toda pode virar um inferno.

Que o humor da Dé no trânsito seja igual ao seu durante esse final de ano.

Que o humor da Dé no trânsito seja igual ao seu durante esse final de ano.

Sendo assim, a gente vem passar umas dicas e conselhos aos que se aventuram nesse período, e que normalmente soltam fumaça só de pensar nesse “maldito mês de dezembro”. Vamos lá:

1) Sim, é mais caro – conforme-se ou não vá

O final de ano obviamente não é a melhor época pra viajar se você está apertado de grana. Períodos que coincidem com férias escolares/coletivas têm um aumento descomunal de preços em praticamente tudo: hospedagem, comércio local, lazer e abastecimento vão arrancar uma grana do seu bolso SIM – e não adianta ficar ranhetando na fila da vendinha ou pro tio do picolé. Se não tiver essa grana extra disponível, capriche na seleção de filmes do Netflix e fique em casa – seus meses de janeiro e fevereiro agradecerão, acredite.

2) Procedência

Na praia, na montanha, no interior ou exterior, com desconhecidos, amigos ou família: verifique a procedência da sua hospedagem (cuja reserva – espero – já tenha sido feita há dois ou três meses). Chuveiros que não esquentam, geladeiras que não fecham, ventiladores quebrados ou ar condicionado barulhento são coisas que sempre deixam a gente soltando fumaça. Tem cobertor? Cama suficiente? Pernilongo? A casa é ventilada? E a água? Precisa levar alguma coisa? Tem wi-fi? A internet é boa? É camping mesmo ou é um quintal adaptado? Não se acanhe em perguntar e pesquisar: mais vale apertar o espaço no carro e levar um ventilador de casa (desde que a voltagem bata – sim, não esqueça desse detalhe) do que passar duas semanas suando que nem um porco madrugada adentro.

Este é o Amadeu - o cara que você NÃO quer encontrar este mês.

Este é o Amadeu – o cara que você NÃO quer encontrar este mês.

3) Kit de escoteiro

Vale pra qualquer viagem, mas simbora relembrar: farmacinha (remédio pra dor de cabeça/muscular, band-aid, cotonete, gase, esparadrapo, pomada pra coceira, repelente se for o caso, protetor solar, creme dental e escova de dentes são o kit básico). Se usar algum medicamento específico, leve de casa. “Ah Marcelo, mas onde eu vou tem farmácia“. Sim, tem. E se não tiver o que você precisa (ou custar o triplo do que você normalmente paga) você vai se sentir culpado por não ter seguido essa dica. Uma bolsinha que cabe no porta-luvas ou no bolsinho da mochila pode te poupar a dor de cabeça de sair correndo no aperto, e uma graninha razoável.

Dinheiro em viagem é pra diversão, e não pra apagar incêndio.

Além da farmacinha, outros ítens legais de se ter na bagagem:

  • adaptador elétrico/benjamim (imagina que legal ter que desligar o ventilador pra deixar o celular carregando?);
  • se for tirar muitas fotos, lembre-se: descarregá-las pode ser necessário se você não tiver cartões de memória suficientes. Aí um hd externo ou uma boa conexão (para backup em nuvem) podem ser necessários. Ajuste expectativa e realidade, e seja feliz.
  • prepare-se pro melhor e pro pior: se mesmo com previsão de sol existir alguma possibilidade de fazer frio, não seja a anta que só levou bermuda e biquini. Às vezes sua praia pode acabar virando um Banco Imobiliário, e se isso acontecer, esteja quentinho, faça uma pipoca e divirta-se da mesma forma.
Nunca subestime a capacidade de diversão de um jogo de tabuleiro em dias de chuva.

Nunca subestime a capacidade de diversão de um jogo de tabuleiro em dias de chuva.

4) Tenha alternativas

Viaje com antecedência, e se possível faça o mesmo pra voltar. Horários bizarros são bem-vindos, desde que não coloquem em risco sua saúde e segurança (se for o caso, junte-se ao exército de turistas e escolha uma boa trilha sonora). Quando em seu destino, lembre-se que os programas mais populares serão inevitavelmente os mais abarrotados de gente. Procure alternativas menos conhecidas, ou mude os horários (não tenha medo de acordar cedo, almoçar mais tarde ou mesmo jantar no final da tarde – você está descansando, e sair da rotina inclui experimentar novos hábitos). Se a multidão for inevitável, não seja o cara que fica reclamando da demora, da fila ou do atendimento ruim (as pessoas da cidade que você está visitando também precisam se adaptar à demanda, e não é coisa simples).

Insira um milhão de turistas nessa foto e vislumbre seu futuro.

Insira um milhão de turistas nessa foto e vislumbre seu futuro.

5) Aproveite e mude seu jeito

É final de ano, e todo mundo quer festejar. Faça parte das lembranças boas das pessoas, sendo aquele que faz a diferença pro bem. Lave aquela louça que você não lavou o ano todo, divida as despesas e as dores de cabeça com quem estiver contigo, e faça parte do grupo. Se você não tiver grupo, é uma ótima época pra fazer amizades. Procure manter um sorriso na cara, e respire fundo nas dificuldades antes de responder com uma patada. Suas férias podem te ajudar a cumprir aquelas eternas promessas jamais cumpridas, se sua atitude começar a mudar antes mesmo da contagem regressiva.

São nossas dicas (mas ainda não é nosso último texto do ano) 😉

Hospedagem

O albergue

13 de agosto de 2015

Quando a gente começa a planejar uma nova viagem, conciliar prioridades vai definir o quanto e onde a gente vai gastar aquelas economias suadas: conhecer um (ou vários) lugar(es), comer bem, realizar certos desejos, e por vezes descansar e ter alguns luxos que só mesmo longe de casa. Nosso site notoriamente prioriza destinos, mas existe a galera que busca um hotel bacana e nada mais, onde aquela vida de marajá seja realidade por alguns dias.

E isso também é muito legal, oras! Inclusive, faremos coisa parecida em breve:)

Mas priorizar o destino – para os bolsos mundanos, grupo esse do qual fazemos parte – exige alguns “sacrifícios”. E a gente costuma sacrificar logo de cara justamente as hospedagens. Ah, mas isso quer dizer o quê? Que cada noite é uma aventura nesse mundo selvagem dos alberguistas? Que somos cercados de jovens (ah, jovens…) bêbados zoenando a noite toda, dormindo mal e tendo que conviver com gente estranha zanzando de cueca no mesmo quarto?

Calma lá com o preconceito. Vamos falar um pouco de albergues.

Ué, cadê os jovens/bêbados/marginais?

Ué, cadê os jovens/bêbados/marginais?

Antes de qualquer coisa, esqueçam o filme (mas só esqueçam do conceito, o filme é ótimo – principalmente a cena do olho). Todas essas imagens perturbadoras aí de cima já foram vividas pela gente, sim: gente entrando e saindo de quarto o tempo todo, duas israelenses batendo boca (e porta) às 3 da manhã, fulano zanzando de cueca, secando roupa em aquecedor, casal tendo ataque de riso de madrugada… não, não são poucas as histórias semi-traumáticas que colecionamos. Mas se vocês já viveram tudo isso, por que continuam priorizando esse tipo de hospedagem?

Bem, tudo isso que relatei aconteceu em nossas primeiras incursões – que foram bem diferentes das últimas. Pra quem nunca experimentou, é bom esclarecer alguns aspectos que nem sempre são tão claros – ainda mais se você já tem uma ideia pré-concebida sobre albergues:

– Sim, costuma ser BEM mais barato

As diferenças de preço costumam ser gigantescas. Obviamente, em quartos coletivos o preço despenca vertiginosamente e torna-se tentador. São poucos os casos em que os valores se equiparam – mas sim, já aconteceu, então não é uma regra. Mas costuma ser assim…

Dinheiro que sobra sempre rende uma cervejinha a mais...!

Dinheiro que sobra sempre rende uma cervejinha a mais…!

– Uma das melhores maneiras de conhecer gente nova

Se você não se incomodar em dividir beliche(s) com outras pessoas, vale a experiência. Às vezes pode sim ser bem divertido, e uma ótima oportunidade de treinar outro idioma, fazer amizades e aumentar a experiência da sua viagem. Claro, existe o outro lado: aquele que engloba todos os riscos descritos ali em cima.

Cama de casal, sossego e tranquilidade.

Cama de casal, sossego e tranquilidade.

A gente, que sempre viaja junto, resolveu isso gastando um pouco mais com quartos privativos (sim, isso existe em todo e qualquer albergue). Às vezes a única coisa compartilhada é o banheiro, às vezes nem isso. Caso esteja viajando em grupo, organize-se pra fechar um quarto com o número de pessoas do seu grupo (3, 4, 6, 8 e até 10 pessoas cabem nesse planejamento) e não corra o risco de surpresas desagradáveis.

– Precariedade? Pelo contrário…

Existem hotéis bons e ruins. Existem cruzeiros bons e ruins. E obviamente, existem albergues bons e ruins. Pesquise as referências do albergue em que você pretende se hospedar (ranking do TripAdvisor, comentários no Facebook, resenhas no Booking) e normalmente a realidade corresponde à maioria das expectativas. Já encontramos quartos de cinema, camas de casal que colocam a nossa no chinelo, banheiros de suíte com chuveiro de deixar saudade… além do serviço de quarto, e de um costumeiro café da manhã – incluso na grande maioria das hospedagens, e que em alguns/vários lugares é simplesmente de cair o queixo.

Café da manhã que deixa saudades :)

Café da manhã que deixa saudades 🙂

Banheira, ducha e até um bidezinho. Um sossego.

Banheira, ducha e até um bidezinho. Um sossego.

– Camaradagem

Carona, capa de chuva, guarda-chuva, champagne, lavanderia, gente que pede comida por você, jogo de cintura, descontos em vários locais, além de um quase sempre eficiente serviço de informações e assistência turística. Bater um papo e confraternizar com a equipe do albergue pode trazer ótimos e inesperados resultados.

Amizade a gente também faz no balcão.

Amizade a gente também faz no balcão.

Por esses e outros motivos, se você é daqueles que quando pensa em viagem já sai correndo pra pesquisar um hotel, considere a possibilidade de pelo menos experimentar um albergue – nem que seja uma só vez. Piscina, serviços all inclusive ou de pensão completa, formalidade e luxo não estão ali (e se é isso que você procura, certamente este texto não te atende e serve somente como curiosidade). Mas outras tantas coisas podem abrir sua mente para um novo tipo de planejamento: outras oportunidades e possibilidades, ao seu alcance com um pouco mais de dinheiro no bolso.