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Estados Unidos

Estados Unidos, Perrengues

A viagem romântica que virou excursão familiar

6 de agosto de 2015

No segundo semestre de 2014 eu e m*eu marido planejamos uma viagem para Nova York. Seria nossa segunda vez na cidade e nossos planos eram desbravar ainda mais aquela grande metrópole.

O que não esperávamos é que na bagagem também iriam minha mãe, minha irmã, minha sogra e uma amiga de minha sogra. Sim, a viagem começou a tomar uma proporção que não estava em nossos planos e toda vez que minha mãe comentava com alguém sobre a viagem, convidava também para ir junto! Tivemos que conversar com ela e pedir para não fazer mais isso.

Ok, percebemos que não teríamos como fugir dos “programas turistões” que já havíamos feito, pois teríamos que levá-las, montamos o roteiro e incluímos nossos programas também. Fizemos algumas reuniões em casa antes da viagem, e explicamos mais ou menos como seria. Todos concordando com tudo. Estávamos felizes da vida #sqn.

No dia do embarque, a tal amiga da sogra esqueceu de levar o passaporte com o visto americano. SIM, ELA ACHOU QUE DEVERIA LEVAR APENAS O PASSAPORTE VÁLIDO! Era mais de 1 da manhã, enfiamos as malas em um táxi e ela foi buscar o tal passaporte. Chegou ao aeroporto a 10 minutos de encerrar o check-in… Ufa!

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Nosso hotel em NY não era bem “o hotel” que elas imaginavam. Sempre que viajamos, procuramos a melhor localização e o melhor preço. Ficamos hospedados na Times Square, e o hotel era daqueles que as avaliações de viajantes não eram as melhores… era nossa segunda vez ali, e ok para quem não espera passar muito tempo no quarto. As reclamações vinham de todos os lados: poeira, barata, toalhas, banheiro apertado, porta que não fecha, etc, etc e etc.

Não preciso falar que tudo era na base da conversa e negociação. Explicávamos pela manhã como seria o dia, avisávamos qual era o programa e que iríamos andar muito, mas não adiantava. Ninguém queira ficar sozinho fazendo seu próprio programa. Em um determinado dia, minha irmã foi encontrar uma amiga. Minha mãe e a amiga da sogra foram a uma loja. Meu marido e minha sogra em outra loja, pegando encomenda pra cunhada. E eu estava sozinha, na esquina da 5ª avenida com a 42. Eu estava muito irritada – queria ir ao Metropolitan nesse dia, e já eram mais de 3 da tarde.

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Preciso descrever como era ir aos museus? Como eram as negociações para jantarmos? Jantar em algum restaurante que deveríamos pegar metrô? Não conseguimos nenhuma vez. Tinha também aquelas malditas lojas de departamento no caminho, onde elas insistiam em entrar. Com isso, perdemos o horário de visitar a biblioteca e quase perdemos o espetáculo da Broadway. Central Parque? Nem passamos perto, e no meu roteiro tinha um dia destinado apenas para ele.

Sim pessoal… realmente foi difícil a viagem. Voltei mais cansada do que quando fui. Minha irmã tentava nos ajudar a todo instante. Quando ficamos somente os três sozinhos numa tarde foi um alívio. Às vezes fico me culpando por ter achado tão terrível a viagem… minha mãe achou tudo maravilhoso! Era a primeira vez fora do Brasil e ela estava muito feliz. Minha sogra também gostou, mas nunca conversamos sobre a viagem e a tal amiga dela, a qual nunca mais tive notícias.

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Vamos fazer outra viagem no ano que vem, mas já avisamos que desta vez seremos só nós dois.

Pelo menos, ficamos em quartos separados!

*Por motivos óbvios, a autora do texto permanece anônima 🙂

Estados Unidos

Road Trip pelo Big Sur

26 de março de 2015

Por Talita Campione


Sempre que planejamos nossas férias, temos como principal objetivo uma experiência marcante. Isso para mim não exige luxo, me importo mais com a aventura, a companhia e o quanto o lugar pode acrescentar em nossas vidas! Começamos os planos com a simples ideia de queríamos pisar na areia, tomar sol e surf para o maridão. Escolhemos explorar o Big Sur na Califórnia!

De um modo geral, as pessoas que já foram lá apenas passam dirigindo pelas curvas da Highway 1, fazendo paradas para admirar os penhascos chicoteados pelas ondas do oceano, tendo como destino as cidades mais badaladas no sul da Califórnia.

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Visual pra animar qualquer viagem

Nossos planos foram tomando forma, cor e tamanho, e por fim tínhamos o roteiro da nossa road trip. Uma das maravilhas nos Estados Unidos é que as estradas são excelentes, e pedágios são muito raros. Esse tipo de viagem torna-se um grande atrativo por seus baixos custos, e pela possibilidade de ser espontânea, fazendo paradas que podem acrescentar (e muito) ao seu roteiro pré-estabelecido. Sim… eu usei as palavras “roteiro” e “pré-estabelecido”, porque uma das chaves para uma viagem bem-sucedida é um bom planejamento.

Como a região do Big Sur é muito sinuosa, sabíamos que precisávamos de um carro confortável e com a manutenção em dia. Fomos alugar uma SUV, e acabamos saindo da locadora com uma Suburban, gigante e novinha. O carro parecia um exagero, mas como acamparíamos, foi perfeito para o que precisávamos. Saímos de Utah às 4 da manhã e começamos a engolir o asfalto. A primeira parada seria em San Francisco para uma pequena degustação. Dali seguiríamos adiante e levantaríamos acampamento até o final da tarde.

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Carro bom, estrada boa, viagem boa, companhia boa. Tudo bom!

Eu queria entrar na cidade, passando pela Golden Gate, ouvindo “California Dreamin”… e foi o que fizemos! A ponte é linda, tem uma vista incrível da baía, e de longe você enxerga até Alcatraz. Nos dois lados da ponte existem mirantes para você curtir o visual e tirar fotos clássicas com a belezura. Tínhamos a sensação de estarmos inseridos num cenário de filme. Admiramos a dimensão da ponte, sua arquitetura tão famosa, com curvas sensuais. Ao cruzá-la, fique atento, pois existe um pedágio para quem segue na direção sul – ou seja, de quem vem de Sausalito em direção à San Francisco. A travessia custou U$6,00, e pode ser quitada de diversas formas (http://goldengate.org/tolls/tollpaymentoptions.php). Caso você esqueça desse detalhe, a locadora envia a conta posteriormente.

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A bonitona da Golden Gate Bridge.

Continuamos nosso passeio pela “Fog City” e suas ladeiras. Tomamos café da manhã gostoso* no Mama’s (http://www.mamas-sf.com/location–hours.html) e seguimos em direção ao Pier 39. Lá você encontra embarcações com passeios para a Alcatraz, restaurantes, gift shops, e as focas tomando banho de sol! Fomos embora com algumas fotos básicas do local, e a certeza de que temos que voltar para dar a devida atenção que San Francisco merece.

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Alcatraz ali atrás…

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…e um gift shop estiloso.

Quando entramos na Highway 1, o céu estava queimando, se preparando perfeitamente para nos brindar com um maravilhoso pôr-do-sol. Cada curva revelava um trecho mais bonito, aquele tipo de natureza que parece um quadro! Nosso acampamento foi no parque nacional chamado Pfeiffer Big Sur State Park. Existem muitas opções de camping nessa região, e optamos pelo parque nacional por algumas razões:

  • As diárias eram mais baratas (http://tinyurl.com/kd5q9h8);
  • Os banheiros são razoavelmente limpos, abastecidos com papel higiênico, chuveiros quentes, e até um espelhão para dar um tapa na peruca;
  • Acampar nos Estados Unidos torna toda a brincadeira mais legal, pois você encontra todas as ferramentas imagináveis para te auxiliar;
  • Todos os lotes contam com mesa e bancos, que são ótimos para a hora do jantar. Na semana anterior à nossa viagem houve um incêndio em um dos parques do Estado, e por prevenção todas as churrasqueiras públicas estavam interditadas. Atualmente não sei se voltaram a permitir o uso, mas nesse caso vá preparado, com fogão a gás ou fogareiro, chapa e os utensílios básicos para o acampamento;
  • Uma outra grande vantagem de se hospedar lá é a credencial de entrada, que nos dava acesso a todos os outros parques nacionais Somente na região existem pelo menos outros quatro. Caso não esteja hospedado em um dos complexos, passar o dia nesses parques custa em torno de U$10,00 por veículo;
  • Para aqueles que não são fãs de barracas: o parque tem cabanas e chalés com mais conforto e privacidade.

A região tem tantas atrações que fica difícil descobrir tudo em uma única viagem. Esse é um local para vir e explorar várias vezes, para aproveitar tudo o que tem por lá. Nos dias que se seguiram, visitamos o Point Sur Lighthouse – antigo farol da região, o último com características da Era Vitoriana. Fica no topo da colina, e tem dias e horários específicos para visitação: http://www.pointsur.org/.

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Point Sur Lighthouse, ali no cantinho.

Vale a pena conferir a reserva chamada Julia Pfeiffer Burns (http://www.parks.ca.gov/?page_id=578). Você tem a vista para uma pequena praia, com uma linda queda d’água chamada MCWay Falls. O caminho te leva ao local da antiga casa dos últimos proprietários. Seguindo a direção oposta da trilha, exploramos um pouco da vegetação local, e achamos um cantinho lindo para admirar um pouco mais a natureza ali. Tivemos um jantar gostoso e com climão romântico no restaurante Nepenthe (http://www.nepenthebigsur.com/), que tem um deck incrível, onde você aprecia a vista da região e saboreia uma boa comida!

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Não é muito bonito?

Indico para os surfistas de plantão a Sand Dollar Beach, e também a praia do Andrew Molera, lembrando que para quem não conhece muito a região, todo cuidado é pouco: o mar tem características mais agressivas, como um fundo de pedra, ou características de praias de tombo. Melhores horários para o surf, como sempre: bem cedo, ou final de tarde. Neste link tem uma lista de praias da região e suas características: http://www.bigsurcalifornia.org/beaches.html

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Os detalhes da entrada de Sand Dollar Beach

Point Lobos é uma reserva lindissima. Lá você vai ver muitos, mas MUITOS leões marinhos. Eles “conversam” sem parar, quebrando o som das ondas e o barulho das gaivotas!

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Point Lobos 🙂

Mas meu passeio preferido, sem dúvidas, foi a Pfeiffer Beach (note que tem Pfeiffer pra caramba nesse pedacinho…). A Julia Pfeiffer e a Pfeiffer Beach são locais distintos, e ambos merecem uma conferida! Essa praia é considerada particular (portanto, U$10,00 para entrar com o veículo). Muitas pedras adornam a praia, formando verdadeiras esculturas! Em um trecho da praia, os visitantes deixam a sua contribuição, montando TOTENS de pedras por uma larga faixa da praia. Leve o cesto de pic-nic e vá pronto para farofar, pedir a namorada em casamento, ou simplesmente curtir o dia, porque vale muito a pena.

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Um cenário vivo, esse!

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O espírito do faniquito

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Visual de cair o queixo

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E a natureza ajudando a compor 🙂

A cidade mais próxima, e com tudo o que você possa precisar de última hora, é Monterey! Eu moraria facilmente ali… a cidade tem um charme único, e o cenário que não deixa por menos!

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Quanto custa uma casinha na rua de trás?

Depois de dias incríveis nessa região, decidimos esticar mais para o sul e fomos para San Diego, o que acrescentou dez horas à nossa viagem. Para agilizarmos, desmontamos o acampamento antes de escurecer e dormimos no carro. Fizemos um passeio curto por lá, visitando a famosa estátua chamada Unconditional Surrender Statue, e depois fomos comer na Gaslamp Quarter, uma rua muito simpática com várias opções de restaurantes, lojas interessantes, e a Galeria Chuck Jones, que tinha uma coleção bacana, com peças originais de ilustrações do Dr. Seuss, Snoopy, Looney Toones, enfim… divertido! Achei as praias mais quentes por aqui, e mais family friend do que as praias mais selvagens na região do Big Sur.

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Viajar dá fome também, galera 🙂

Na volta, fizemos a paradinha em Vegas para uma noite de descanso merecido. De quebra, assistimos ao KÀ do Cirque du Soleil… dizer que o palco se mexe e que tudo é impecável não é suficiente!

Voltamos para casa com uma enorme coleção de grandes momentos, e querendo que todas as pessoas do mundo possam ter as mesmas sensações maravilhosas que tivemos! Faça suas malas, jogue tudo dentro do carro e se permita viver uma aventura todos os anos!


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