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Causos, Tailândia

Tuk-tuk nervoso

8 de dezembro de 2016

Andar de tuk-tuk é quase uma obrigação moral quando você desembarca na Tailândia. Assim como visitar o Cristo no Rio, a Torre Eiffel em Paris ou o Parlamento de Budapeste, não dá pra deixar de lado essa investida turística. Obviamente também fizemos nossa parte, mas preciso contar alguns detalhes sobre isso…

Como já contado aqui, nosso primeiro passeio por Bangkok teve um contexto diferente do comum. Nosso primeiro pensamento foi pegar um táxi para a Embaixada, mas fomos abordados por um “gerente de tuk-tuks” pouco depois de sair do hotel. Essa é a primeira informação nova, da qual não dispúnhamos: em nosso roteiro pelos três países do Sudeste Asiático, tuk-tuks e táxis SE OFERECEM pra te levar a todo momento, em qualquer lugar. Você não precisa se preocupar muito em procurá-los… eles acabam chegando até você por conta própria.

Nosso possante, e o chofer.

E dá pra confiar?

Então… é um ponto a ser analisado. Sempre procuramos nos informar sobre valores com os funcionários dos hotéis por onde passamos. Mas nesse caso específico – da história que vou contar – não fizemos isso. E no final das contas, nos pareceu um preço bem justo o que nos foi oferecido (esse é outro ponto). Precisávamos ir à Embaixada. O cara nos ofereceu um tour por 4 templos. Nossas condições foram: ok, a gente faz um tour, desde que o tuk-tuk nos leve também (e antes) onde de fato precisávamos ir. Estando de acordo, o tal “gerente” nos cobraria 600 Baht. Ameaçamos chorar o valor, e o cara já nos deu um papelzinho e uma caneta. “Escreva aí o preço que você quer pagar“, ele disse. Sim, isso é um expediente DOS MAIS COMUNS por lá. Fechamos por 400 (que dá pouco menos de R$ 40 em câmbio atual). Por uma manhã inteira e metade da tarde de transporte dedicado, achamos um preço ótimo.

Dica:

Tivemos posteriormente outra experiência, onde orçamos o trajeto de tuk-tuk de alguns pontos até nosso hotel. Valores acima de 100 Baht nos desanimaram a fazê-lo (o mesmo trajeto de táxi daria coisa de 35 a 40 Baht, e o equivalente caminhando daria coisa de 20 minutos). Então, mesmo sendo bastante barato (100 Baht não dá nem 10 Reais) não banque o tonto caso seu orçamento não seja generoso. Nessas brincadeirinhas que a grana vai embora.

Com valores combinados, um dos rapazes nos levou até a Embaixada. Mais um ponto a ser considerado: nosso motorista falava quase nada de inglês – e entenda-se por quase nada QUASE NADA MESMO. Então combine direitinho o que você quiser fazer antes com quem pode orientar essa galera.

As primeiras movimentações do luto pelo Rei já estavam nas ruas. Vimos de perto, literalmente.

E de perto também acompanhamos o trânsito caótico de Bangkok, com suas trocentas motos.

É sim um ótimo jeito de conhecer a cidade, com seus sons, cheiros e cores. Andar naquele troço é um barato, seja pelo espaço reduzido, seja pela situação de exposição quase que total. Além disso, existe uma vantagem que ficou clara quase que imediatamente: com o trânsito caótico de Bangkok, o tuk-tuk se vira muito bem em espacinhos minúsculos, e vielas que mais parecem ter saído de algum filme do Snake Plissken.

Comodidade de táxi, habilidades de moto.

O roteiro ao qual o passeio se prestou – além da providencial visita à Embaixada – foi num todo muito bom. A cada parada nos templos, nos era dado o tempo que quiséssemos para conhecer, fotografar e até mesmo descansar, pois o calor castigava. Não espere por maiores explicações sobre cada lugar… como dito anteriormente, é um motorista, e não um guia. Mas claro que existia um algo mais que não sabíamos, e que nos proporcionou aquele que seria o momento mais bizarro da viagem.

Vocês vão me perdoar, mas eu não lembro o nome dos templos… se eu lembrar edito essa legenda mais pra frente.

Wat Benchamabophit foi o primeiro complexo de templos de fato que visitamos. E por complexo, entenda que nele existiam desde desse simpático riozinho…

…passando por áreas gramadas muito bonitas…

…até chegarmos ao Marble Temple. Um gigante absolutamente espetacular.

Pra sentar e contemplar (mentira, tava um calor do inferno e eu precisava tomar água – e ar).

Alguns dos detalhes de Wat Benchamabophit. É pra visitar com calma e agradar aos olhos.

Meias sujas*: uma constante à qual nos acostumaríamos rapidinho (sujas nada, os templos são bem limpinhos).

Logo após o primeiro templo, o rapaz disse que nos levaria a uma “thai factory“. Não sabíamos do que se tratava, aquilo não havia sido comentado na hora da contratação do serviço… mas “ok, vamos para a tal fábrica então! Afinal, estamos viajando… deve ser divertido!” – pensaram os bocós. Alguns minutos depois o dito cujo estaciona em frente a uma loja, e nos pede para entrar. Com uma interrogação latente no meio da fuça, entramos. Fomos prontamente muito bem atendidos por um vendedor – outros tantos estavam sentados próximos à porta, que nos pediu pra sentar. Aí a coisa ficou bizarra de verdade.

Um dos caras trouxe dois catálogos, com ternos e vestidos, e nos entregou. Ficamos com cara de idiota, sem saber o que fazer com aquilo. Começamos a folhear automaticamente, enquanto o cara explicava que “eles faziam qualquer peça, era só pedir“. Então bateu um desespero, e eu desandei a arriscar meu inglês tentando sair daquele beco em que estávamos metidos…

– Não é o nosso estilo – eu comecei.
– Nosso material é de qualidade, você pode ver…
– Eu tô vendo, mas não é nosso estilo.
– Que tal gravatas?
– Eu trabalho em casa. De camiseta e cueca.

E a Dé num silêncio desesperador.

A gente tem uma parte do guarda-roupas reservada para “roupas de casamento”, que numa tradução simples significa: temos somente UMA ROUPA para tais ocasiões. NUNCA que a gente vai atravessar o mundo pra comprar terno e vestido, macacada! Depois de mil pedidos de desculpa, saímos da loja com cara de merda. Assim que voltamos ao tuk-tuk, expliquei da forma mais simples possível pro motorista que aquele programa foi uma fria, e que a gente detestou. Seguimos para novas visitas.

Wat Intharawihan – o Big Buddah, também conhecido como Budão.

Pois bem… assim que terminamos de visitar os templos, o cara parou NOVAMENTE num cacete de uma loja de roupas. Eu falei que não ia entrar, e então veio a revelação de que os motoristas são pagos por essas mesmas lojas (no caso dessa especificamente, pagavam a gasolina do fulano) para levar os turistas até lá. Ele pediu para que a gente pelo menos entrasse, ou ele não receberia. E lá fomos nós de novo ouvir a mesma ladainha – mas dessa vez, já preparados pra dar um cambau na primeira oportunidade. Demos, todo mundo ficou feliz, o menino recebeu o dinheiro pra gasolina e concluímos o nosso passeio com mais uma história bizarra no bolso.

Thai Factory o cacete. Malditas lojas de ternos e vestidos.

E foi assim, o nosso primeiro passeio de fato em Bangkok: tuk-tuk, templos e lojas de ternos. Tudo novo, muita coisa bonita, muita coisa zoada. Como toda boa viagem deve ser – e seria, como contaremos mais adiante.

Causos, Tailândia

Um bilhetinho escrito em Thai

1 de dezembro de 2016

Durante nossa viagem, publicamos a foto da Dé com um bilhete, com um endereço escrito em thai. Prometemos explicar o contexto daquilo depois. Bem, chegou a hora.

Mas antes de falar do tal endereço, vamos relatar o ocorrido.

Chegamos na Tailândia pelo Aeroporto Internacional Suvarnabhumi. Seguimos apressados para a imigração, depois de dois vôos consecutivos e uma conexão que nos tomaram mais de 24 horas de viagem, e viraram nosso fuso de ponta cabeça. Nossa empolgação era evidente, e se sobrepunha ao sono e cansaço causados pela viagem.

Poucos segundos depois, essa alegria toda ia virar farinha.

Poucos segundos depois, essa alegria toda ia virar farinha.

Chegando lá, uma fila enorme que muito provavelmente nos faria esperar por mais de meia hora. Uma atendente que fazia a triagem da fila pede nossos passaportes, e vendo que éramos brasileiros nos pede para que sigamos ao Controle de Saúde. A Dé fica BRANCA, instantaneamente. Eu não entendo e pergunto o que aconteceu.

– Esqueci as vacinas em casa, no outro passaporte.

Acompanhado daquele famoso palavrão que começa com F.

Acompanhado daquele famoso palavrão que começa com F.

Nossos passaportes estavam novinhos, pois os anteriores venciam naquela data. E a vacina de febre amarela é obrigatória nos três países que visitaríamos. Havíamos tirado a dita em 2011, antes de embarcar pra Bolívia, e NUNCA pediram aquele raio de papelzinho em lugar nenhum. Que hora – e que lugar – pra isso acontecer…

Eu imaginava que não nos mandariam embora por isso, enquanto ela se sentiu absurdamente culpada por ter esquecido algo tão importante. Seguimos para o Controle de Saúde, onde preenchemos um formulário e pegamos a fila para o atendimento. Uma mocinha simpática, um gordinho sorridente e um cara mal-encarado estavam atendendo as pessoas. Nem preciso dizer qual dos três nos atendeu.

A primeira coisa que o Zangado (será chamado assim até o final desse texto) perguntou foi onde estavam nossas vacinas. “Esquecemos em nossos passaportes antigos“, a Dé respondeu. Ele então fez aquela cara que seu professor fazia quando você dizia que o cachorro comeu sua lição de casa, e nos mandou pro cantinho da vergonha, que ficava logo ao lado dos guichês. “Esse cara vai dar uma puta canseira na gente“, eu disse. E por lá esperamos, enquanto uma galera era atendida. Ninguém olhava pra gente, ninguém mencionava o que aconteceria. Existia uma casinha ao lado, onde supostamente as pessoas que não tinham o documento eram vacinadas e recebiam o certificado. Parecia ser esse o nosso destino, mas tudo era dúvida naquele momento.

O Zangado sai do guichê. Encosta na gente e pede num inglês macarrônico (ao qual nos acostumaríamos durante a viagem, mas que naquela hora nos parecia uma engasgada) que cada um pagasse a ele 700 Baht.

Não era bem vacina o que a gente ia levar na bunda: o negócio era propina mesmo.

Bem-vindos à Tailândia. E sim: corrupção não é exclusividade nossa, por incrível que pareça.

De fato o problema do mundo é o PT (o Pilantra Tailandês). Tá explicado!

De fato o problema do mundo é o PT (o Pilantra Tailandês). Tá explicado!

Por uma sorte ABSURDA havíamos sacado nossos dólares em Dubai, durante a conexão. Uma decisão de última hora, mas que salvaria nossas vidas, uma vez que o ATM em que poderíamos sacar os 1400 Baht estava localizado DEPOIS da imigração.

Alegria em Dubai, quando fomos espertinhos e mal sabíamos da merda que daria dali a algumas horas.

Alegria em Dubai, quando fomos espertinhos e mal sabíamos da merda que daria dali a algumas horas.

Trocamos nosso dinheiro na casa de câmbio ao lado, e voltamos pro Controle de Saúde. Sinalizamos pro cara que estávamos com o dinheiro, e ele nos mandou de volta pro cantinho da vergonha. Esperamos mais um pouco, e o Zangado veio até a gente. Novamente num inglês lamentável, ele nos instrui a colocar o dinheiro dentro do passaporte. Entregamos um, ele retirou o dinheiro. Entregamos o outro, e sabe-se lá porquê ele nos devolveu o restante do dinheiro. Carimbou a autorização do Controle de Saúde e mandou a gente sair dali.

Problema resolvido? Não exatamente.

Passamos pela imigração e entramos enfim na Tailândia. Aquela parte do problema estava resolvida. Mas dali a dois dias iríamos para Hanói, e a tal vacina também seria pedida no Vietnam. Teríamos que dar um jeito de explicar pros caras como conseguimos entrar na Tailândia sem o documento (ou mentir, dizendo que o perdemos no aeroporto – e essa certamente seria a desculpa mais aceitável, uma vez que apontar que “o funcionário nos pediu propina e nós pagamos” talvez não fosse um argumento muito bem aceito pelos vietnamitas).

Fomos para o hotel, nos instalamos, saímos pra comer alguma coisa, voltamos e fomos dormir. Em teoria teríamos dois dias pra contornar a situação. Acordei às 4h, já sem sono algum, e comecei a pensar em como sair daquela roubada. Pouco depois a Dé acordou. Soubemos naquela hora que o rei havia morrido, mas isso não era a prioridade do momento. Veio então a ideia:

– E se minha mãe passasse em casa e escaneasse os documentos pra gente?

Sim, seria um trunfo. Poderíamos contar a mentira, mas pelo menos comprovar de alguma forma que sim – aqueles documentos existiam. Com ela morando perto de casa e com a minha cópia das chaves, podia funcionar… afinal de contas, ainda era final de tarde no Brasil. Liguei pra ela, ela topou na hora. MELHOR MÃE DO MUNDO, A MINHA. Tava de pijama e já desligou se aprontando. Emendei outra possibilidade absurda:

– E se eu pedisse pro Kadu fazer isso?

Afinal de contas, minha mãe tem seus “limites tecnológicos” com seus quase 70 anos – coisa que não seria problema pro Kadu. Arrisquei um whatsapp. Ele topou na hora e já estava a caminho poucos minutos depois. AMIGO DE BERÇO É OUTRO NÍVEL. Passou na casa da minha mãe, e seguiram pro nosso apartamento. Pouco depois recebíamos as fotos dos documentos. Nossa alegria E ALÍVIO com aquelas imagens eram imensuráveis. Nossa viagem tinha jeito, mesmo com aquele improviso todo.

Agradecidos e com a cabeça mais calma, começamos a pensar em qual seria DE FATO a solução definitiva. Ainda não eram 8 horas quando decidimos: melhor ir até a Embaixada. Afinal, lá a gente podia contar a tal mentira (e entenda-se: só estávamos apelando pra mentira porque era de fato o meio mais seguro pra agir naquelas circunstâncias), e receber uma autorização, solicitar segunda via da vacina, sei lá… Pegamos o endereço, descemos e pedimos indicações pra moça da recepção do hotel. Ela nos ajudou…

…E ESCREVEU O ENDEREÇO EM THAI, pra gente mostrar pro taxista. Olhaê a explicação:)

Agora sim parece coisa que se entende :)

Agora sim parece coisa que se entende 🙂

Afinal de contas, é tudo em thai naquela joça. Como a gente nunca sabe onde vai parar e pra quem pedir ajuda, instruções em thai são sempre muito bem-vindas. E vale o detalhe: aquele app do Google de tradução simultânea NÃO CONTEMPLA THAI. Então, sempre que alguém se oferecer pra traduzir suas coisas pra thai, ACEITE (e entregue pra Deus, porque não dá pra saber o que aquela instrução virou nesse monte de rabisquinho simpático).

Com o bilhete em mãos, fomos procurar um táxi. Acabamos optando por um tuk tuk (e sobre ele falaremos em outro texto). Seguimos até a Embaixada, onde explicamos a história. Conseguimos providenciar uma segunda via, porém ela só seria recebida terça ou quarta (era uma manhã de sexta, e iríamos para o Vietnam no domingo). Conversamos com o Cônsul, que nos recomendou despreocupação – disse que ia o tempo todo para Vietnam, Laos e Camboja, e somente na Tailândia a tal vacina era solicitada. Dias depois isso foi de fato comprovado, e não tivemos maiores problemas no restante da viagem.

Nosso primeiro transporte da viagem, com todas as suas peculiaridades.

Nosso primeiro transporte da viagem, com todas as suas peculiaridades.

Nesse dia instituí a frase “vai ficar tudo bem” nessa viagem. Foi usada várias vezes, e ficou tudo bem mesmo. A foto era de um papelzinho. A história dá mais de página.

Camboja, Tailândia, Vietnã

As viagens nas viagens

5 de fevereiro de 2015

Por Yara Mansur


Há viagens que a gente acha que sempre quis fazer.

Há viagens que arrebatam a gente e quando a gente vê, já foi, está lá.

Há viagens que a gente só vai entender realmente algum tempo depois e quando está contando para alguém o que aconteceu e o pior (ou melhor), a cada vez que conta, a gente tem um “insight” novo, percebe outra coisa.

A minha última viagem, foi como uma daquelas bonecas russas, daquelas que quando você abre, encontra outra dentro, menor, mas mais delicada, com mais detalhes, com outras cores. Pois é, para mim, o sudeste asiático foi uma viagem dentro de outra viagem dentro de outra viagem.

Claro que era uma viagem desejada desde sempre, desde que me considero um ser viajante era um dos destinos top 5 de qualquer lista que eu tenha preparado nesta vida.

Pois bem, junte este desejo, com o fato de que uma amiga querida decidiu “Viver a vida sob as ondas” , foi passar uma temporada na Tailândia para se tornar instrutora de mergulho e pronto, oportunidade de ouro, boa companhia, agendas acertadas e lá fomos nós.

Vencido aquele momento difícil do planejamento da viagem: abrir mão dos lugares que você não poderá conhecer desta vez e terá que deixar para a próxima. Seguir de cidade para cidade, num ritmo de gincana, apenas para dizer que você esteve lá pode até ser considerado opção para algumas pessoas. Para mim, definitivamente não. Eu preciso me demorar no lugar. Andar e me perder além dos “tem que ver” que blogs e revistas de viagem insistem em divulgar. É bom provar novos sabores, entrar no museu ou na galeria sem pressa, conseguir ingresso para um show, para uma ópera ou uma peça, mas principalmente, ter a chance de voltar, se quiser, naquele lugar, café ou praça que te encantou. Não sei você, mas eu preciso disto.

Bom, o roteiro ficou com Vietnã, Camboja e Tailândia. Laos, Mianmar e Índia, na próxima. Três países muito diferentes entre si, surpreendentes, cada um a seu modo.

No Vietnã, os destinos foram Hanói , Halong Bay e Ho Chi Minh, que até 1975 atendia por Saigon.

Primeira parada então, após longas horas de vôo, foi em Hanói. De lá, mais duas horinhas numa van e pronto, no porto. Escolher a operadora do cruzeiro que vai te levar águas tranquilas da baia de Halong é tarefa fácil. A oferta é grande, tem para todos os gostos e bolsos. O roteiro e passeios que você fará são basicamente os mesmos. Além de encartar-se com as milhares e milhares de ilhotas que formam a baia, tem uma descida do barco para visitar uma caverna, onde você será apresentado para as lendas mágicas que povoam o imaginário do povo vietnamita. Eu acabei escolhendo a Emeraude (http://www.emeraude-cruises.com) e recomendo. Boas acomodações, que ficaram melhores ainda por que eu ganhei um “free upgrade” para cabine luxo, uma grata surpresa. Excelente comida, tripulação atenciosa, enfim, tudo certo por um preço justo. Junte-se a isto um grupo de viajantes bem diversificado, trocando opiniões sobre suas câmeras fotográficas, a eterna discussão Nikon x Canon e concluindo que se pudemos nos fundir numa pessoa só, teríamos visitado quase que o planeta todo, faltando basicamente a Antártida.

Só faltou mesmo foi sol para tingir esta paisagem cinza. Alguns dias depois, um amigo sortudo esteve lá e como podem ver pela diferença das fotos, com sol é bem melhor. Bom, isto é praticamente uma regra para a vida, mas os dias cinzentos também tem sua beleza peculiar.

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Das histórias de dragões e deuses diretamente para um ritmo acelerado na capital, Ho Chi Minh. Uma incrível concentração de “scooters” por m² imaginável e duas regras básicas para sobreviver. Uma regra para o motorista: se você for bater, desvie. A outra regra é para o pedestre: faça contato visual com o motorista e atravesse a rua, caminhe num ritmo constante e siga diretamente para o ponto desejado. Só não vale entrar na frente do ônibus ou caminhão, os demais vão desviar. Semáforo? Não, não tem. Apenas continue andando. Ninguém vai lhe machucar ou buzinar para você. Primeira lição, confiança. Confiei.

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Em Saigon, muita memória da guerra, da luta para a unificação do norte e sul, com o povo mostrando muito orgulho desta página da história. Aproveitamos para ver o teatro de marionetes na água. É executado com música e instrumentos típicos, ao vivo. Um espetáculo composto de várias histórias curtas, divertidas, comédia de erros. Um exemplo do senso de humor vietnamita.

De Saigon para Phnom Penh, paisagem rural, cruzando a fronteira para o Camboja.

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Fizemos este trecho de ônibus, tranquilo, confortável e numa velocidade máxima de 60 Km/h, não que a estrada não fosse boa, esta era mesmo a velocidade permitida para o trajeto.

Na capital Phnom Phenh, o lugar em que a gentileza impera. Observe os locais, sorrindo e cumprimentando quem cruza o seu caminho. Faça isto e você terá um dia harmônico. Eu fiz. Deu certo.

Nossa sequência de visitas aos tempos começava, de fato, aqui. Deste dia em diante, templos todos os dias. Os “wat”. Dos suntuosos, ligados ao Palácio Real até aquele que fica na esquina, em madeira. Templos para todos os gostos e monges vestindo a cor laranja.

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De lá para Angkor, em Siem Reap, o maior complexo religioso do planeta, um conjunto de templos de diferentes épocas que tem por finalidade deixar você de queixo caído tal é a beleza do lugar. Segunda lição, a grandiosidade da gentileza e da generosidade. Exercitei a gentileza e o respeito.

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Angkor era uma das coisas mais esperadas desta viagem. Há passes para visitar o complexo por 1 dia ou por 3 dias, há uma opção de ver o nascer do sol por lá e várias combinações possíveis de roteiros e formas de percorrer o lugar, de carro ou bicicleta.

Os tempos mais visitados são:

Angkor Wat, inicialmente hindu e depois transformado num templo budista, durante todo o tempo de construção, mais , o país mudou de religião e o tempo também.

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Bayon, com os rostos gigantes é uma das coisas mais impressionantes.

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Ta Phrom, onde você de quebra pode se sentir a própria Lara Croft. Em ruinas, o que resta do tempo se integrara às raízes das árvores e à vegetação. Um espetáculo.

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Altamente recomendada é uma vista ao Museu Angkor, antes da visita aos templos. Vai lhe ajudar a entender muita coisa e a se comportar adequadamente também.

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O instinto de sobrevivência disse para escolher o carro, mas eu sempre imaginei fazer esta visita de bicicleta, então, de bicicleta lá fomos nós, com a equipe nota mil da Grasshopper http://grasshopperadventures.com/. Bem, fui de bicicleta, mas voltei de tuk-tuk. Prepare-se, e bem, se quiser fazer este roteiro como no imaginário desta viajante, pois o sol e o calor castigam. Exaustão. Mas D´us salve o tuk-tuk e tudo deu certo.

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Altamente recomendada também é fazer uma massagem ao final do percurso. Aliás, altamente recomendado é não perder nenhuma, reforço, nenhuma oportunidade de fazer uma massagem nesta região do planeta. É vida. Bom, então, depois de mais uma massagem, voamos para Bangkok, a capital que tenta ser cosmopolita, mas que me encantou mesmo pelo que guarda do passado. Hospedagem no bairro chinês de Bangkok, em meio à confusão de luminosos da rua e do cheiro das especiarias e temperos da comida. Shanghai Maison, http://www.shanghaimansion.com, para aquele momento da viagem em que você também quer vivenciar o hotel, um pequeno luxo numa viagem espartana.

Roteiro de templos só se intensificaria nos próximos dias. Em Bangkok, visitamos o Marble Temple, Wat Arun, Grand Palace e dentro deste o Wat Pho e o Buda reclinado.

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Antes de seguir para Chiang Mai, lugar que deveríamos estar no dia 7 de novembro para o mais do que esperado Festival das Lanternas, visita à Ayutthaya, que foi a capital do Sião, pouco mais de uma hora de trem de Bangkok para desembarcar no passado. Um lugar sensacional, onde os elementos dos templos de Bangkok estão presentes e lhe são apresentados na versão simples, rural. O Buda reclinado, em Ayutthaya, ainda mais bonito do que o de Bangkok.

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De lá, para as montanhas, no norte, em Chiang Mai, o Festival das Lanternas, o momento das oferendas e da confraternização. De hábitos, referências e espiritualidade tão diferentes, nós, os diferentes fomos simplesmente acolhidos como iguais. Templos e cerimônias reservadas para os monges, nesta época, se abrem para quem quiser participar. Aprender a acolher, simplesmente desconsiderando as diferenças. Por que no fundo, no fundo, qual a diferença mesmo? Acolhimento sem questionamento. Isto, simplesmente, não tem preço.

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E por fim, Koh Phi Phi, uma ilha no sul da Tailândia, destino final da viagem e lar, doce lar, para a amiga instrutora de mergulho. Por que esta menina foi tão longe? Basta mergulhar e entenderá. Das inúmeras escolas e agências de mergulho da ilha, escolhi o The Adventure Club – Phi Phi, http://diving-in-thailand.net/, obviamente a escola da amiga instrutora de mergulho. Depois de um vídeo de introdução, um teste escrito, conhecimentos básicos aprendidos, lá vamos nós para o barco, para 2 mergulhos do tipo DSD, aquele em que você vai grudado com o “divemaster”.

No primeiro mergulho, seus conhecimentos teóricos são colocados à prova. Passou, mergulhou. Passei, mergulhei.

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Para realmente entender as coisas é necessário aprofundar-se, na superfície, todo argumento é raso. Mergulhei. Alguns lugares fazem mais sentido sob as ondas, e nisto, esta querida amiga, que sempre quer ter razão, estava coberta dela, mais uma vez.

Roteiro encerrado. A viagem dentro da viagem, não.


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