A Romênia dificilmente surge como destino principal quando a gente fala em viajar pra Europa. Mesmo quando o assunto é Leste Europeu, ela normalmente acaba como opção de fundo. Mas estávamos lá, e dela falaremos em outras oportunidades. Hoje o assunto é um passeio específico – um destino meio óbvio, quando o assunto é Romênia: o Castelo do Drácula. Mas não é sobre ele que falaremos. Não dessa vez.
O assunto aqui é o Castelo de Peleș (fala-se Péleshhh), que fica na região de Sinaia – uma cidade mais conhecida por suas montanhas, e por ser uma famosa estação de esqui. Bem, famosa pra quem esquia… a gente realmente desconhecia o lugar. Essa cidade fica justamente no caminho entre Bucareste e Brasov – onde fica o Castelo do dentuço. E seria uma das paradas do nosso tour.
Cabem aqui algumas curiosidades:
– Não importa o tour que você contratar (existem vários, com diferentes pacotes): chegando ao Castelo, seu guia será substituído por um guia ligado diretamente à equipe do Castelo, “para que não hajam distorções nas histórias da família real”;
– Ao entrar, você precisa calçar “uma meia sobre os sapatos”. É uma meia meio nojentinha (existem dois baús repletos delas – possuem tamanhos e cores diferentes, portanto dispa-se das suas vaidades), mas ecologicamente correta;
– Ao chegar, os grupos são organizados conforme os critérios da equipe do Castelo (nosso grupo, que era relativamente pequeno, com 8 ou 10 pessoas, teve de 10 a 15 pessoas somadas). Por que essa informação? Nossa guia era uma moça toda austera e educada, cujas instruções e informações eram dadas no gogó – e ela falava razoavelmente baixo. Isso, num grupo mais amplo, prejudica – e muito – a compreensão das histórias;
– Porém, como estávamos em dois, acabamos nos organizando: enquanto um ficava próximo à guia e conseguia pegar todas as explicações, o outro ficava na rabeira do grupo, pra conseguir fotografar os ambientes sem aquele povaréu na frente. Parece besteira, mas não é;
– Falando em fotos: as externas são liberadas. Para fotografar (e filmar) os ambientes internos, é cobrada uma taxa (coisa de uns 25, 30 Reais pras fotos, um pouco mais pros vídeos). Por ser um pouco salgada, pouca gente no nosso grupo pagou. Mas tenho certeza que depois dos primeiros dois minutos todo mundo se arrependeu. Vale – e como vale.
O Castelo de Peleș era a residência de verão do primeiro Rei da Romênia, Carol I (1839-1914) – e esse é o único registro histórico que pretendo fazer. Cercado por montanhas, o complexo é impressionante. A paisagem compõe algo muito próximo ao imaginário popular no que se diz respeito a “um Castelo em uma floresta”: enormes paredes verdes, um gigantesco parque, e alamedas que conduzem o visitante por um belíssimo passeio da entrada à chegada. Há uma fonte (pra variar, repleta de moedas – fizemos o nosso pedido por lá, e bem… ele se realizou). Os jardins ao fundo são coisa a se perder de vista, e só deixam todo o ambiente mais encantador.
O Castelo, não por acaso, é considerado um dos mais bonitos do mundo. Creio que as imagens externas deixem isso bem claro e justifiquem a fama. Quanto aos ambientes internos, visitamos somente o salão central e o primeiro piso (existe a opção de tour completo – o qual não fazia parte do nosso pacote: a quem desejar, vale se informar previamente na compra do tour), mas o passeio já valeu com sobras. Os relatos da guia são ricos em detalhes, e contextualizam cada uma das salas e quartos visitados. A preservação é primorosa, e a gente se sente de fato imerso num mundo à parte enquanto está por lá.
É um passeio absolutamente necessário aos que desejam ampliar um pouco a percepção sobre a história (extremamente confusa, embaralhada e sofrida) da Romênia, além de obviamente, conhecerem um belo de um castelo de verdade!