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Argentina

Argentina, Brasil, Paraguai

A maior queda-d’água
em volume do mundo

19 de janeiro de 2015

Por Vanessa Marques


Sim, é isso mesmo. A maior cachoeira em volume de água do mundo fica aqui pertinho da gente. Foz do Iguaçu, o segundo destino brasileiro mais procurado pelos gringos, é bastante subestimada pelos próprios brasileiros. Conheço muitas pessoas que já visitaram mais de uma dezena de países, mas nunca se animaram em ver as majestosas cataratas de perto. Que pena! Se eu tivesse que listar as três coisas mais bonitas que já vi neste mundão-de-meu-deus, certamente as cataratas estariam entre elas. Foz do Iguaçu é absolutamente imperdível. Acredite em mim.

Primeira coisa: quando falamos “Foz do Iguaçu”, não vamos nos prender à cidade em si. Foz é uma cidade de fronteira, consideravelmente grande e sem uma identidade bem definida. Dentre as grandes cidades do Brasil, certamente não é uma das mais interessantes. Mas vamos considerar uma visita a Foz como uma viagem à tríplice fronteira, que envolve também Ciudad del Este (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina). As três cidades ficam a poucos minutos de distância entre si.

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A primeira dúvida de quem viaja a Foz costuma ser relativa a hospedagem: Foz ou Puerto Iguazú? Bem, depende dos seus objetivos de viagem. Se seu foco for comprar bugigangas no Paraguai, sugiro ficar em Foz, pela proximidade. Se você quiser conhecer as cataratas e aproveitar bons restaurantes de comida argentina a uma curta caminhada de distância, Puerto Iguazú sem dúvida é a sua escolha.

Se optar por Foz, uma dica econômica de hospedagem no centro é o Hotel Pietro Ângelo*, com diárias em torno de R$ 200 para duas pessoas. A localização é boa e o hotel foi reformado recentemente: http://goo.gl/wSL8NI. Bem perto dele, uma ótima opção para o jantar é o Vó Bertila Pizza & Pasta, um gostoso restaurante italiano bem aconchegante.

Para quem quiser ficar na pequena cidade argentina, um hotel que indico por sua excelente localização é o Yretá Apart Hotel, com diárias em torno de R$ 220 (http://goo.gl/q7sdRU). A rodoviária da cidade fica bem próxima a ele, o que permite fácil acesso às linhas de ônibus que ligam Iguazú às cataratas brasileiras, argentinas, Ciudad del Este, centro de Foz e etc, tudo por um preço bem camarada. Os restaurantes também ficam muito próximos e alguns são excelentes. Algumas dicas para quem aprecia os bons cortes argentinos: Aqva, La Rueda 1975 e El Quincho del Tio Querido, todos no centrinho (minúsculo) da cidade. Para quem procura um barzinho para a happy hour, o Puerto Bambu Resto Bar, na esquina mais bacana da cidade, é a melhor escolha. E se você procura alta gastronomia contemporânea com referências francesas e italianas, faça uma visita ao De La Fonte. É uma boa chance de conhecer um restaurante deste tipo sem pagar os preços extorsivos cobrados aqui no Brasil.

Os táxis na região são um tanto caros. Se optar por fazer os passeios utilizando este meio de transporte, negocie com o mesmo taxista um pacote para todos os dias por um preço fechado, chorando um bom desconto. Como disse no parágrafo anterior, a partir de Puerto Iguazú é tranquilo fazer os passeios de ônibus por preços baixos. Em Foz o transporte público é mais complexo e disperso. Outra opção é alugar um carro no aeroporto de Foz. Verifique apenas se a CNH brasileira é válida na Argentina, e NEM SONHE em entrar com o carro alugado no Paraguai, por motivos óbvios.

 

ATRAÇÕES

Ah, elas merecem um capítulo separado.


Parque das CataratasLado argentino

Separe o primeiro dia (de sol) para conhecer o parque argentino. Se todas as atrações estiverem abertas, vai levar um dia inteiro. Tome um café reforçado antes de sair. Chegando ao parque, entre pela trilha “Sendero Verde”, que é curtinha – desta forma você evita o trenzinho lotado na primeira estação. A trilha termina em um lugar onde existe uma lanchonete, banheiros e entrada para outras trilhas (chamados de “circuitos”). Sugiro começar pelo Circuito Inferior, que é o mais cansativo. Faça o Circuito Inferior inteiro, tome o barquinho para a Ilha de San Martin e suba o monte para ter uma vista inesquecível das cataratas. Esse percurso todo, ida e volta, deve tomar as três primeiras horas no parque (fazendo com calma). Voltando, faça um lanche e siga para o Circuito Superior. Esse é rápido e beeeem mais leve, sem cansaço. Aí tome o trenzinho rumo à estação Garganta Del Diablo e faça este último circuito, que é basicamente 1 km pra ir e outro pra voltar, mas totalmente plano, sobre o rio, bem calminho. No final, você ficará frente a frente com uma das vistas mais impressionantes deste planeta… Prepare-se!

O Parque das Cataratas do lado argentino...

O Parque das Cataratas do lado argentino e sua aura de “Ilha da Fantasia”

Parque das CataratasLado brasileiro

O parque brasileiro não requer um dia inteiro, já que é bem menor que o argentino, mas se você quiser fazer as coisas com calma, talvez seja melhor não marcar mais nada para este dia. O “nosso” lado das cataratas tem uma super infraestrutura que agrada até aos gringos mais exigentes. Para começar, entre no ônibus e desça na estação Macuco Safari, um passeio de bote bem radical que sobe o rio ao estilo “taca-le pau” e termina embaixo de uma queda d´água muito forte. Se possível, leve uma muda de roupa e toalha, MESMO QUE ESTEJA USANDO CAPA DE CHUVA. O passeio molha de verdade. Mas vale muito a pena! É demais!

O Macuco do lado brasileiro custa 170 reais (janeiro/2015). No lado argentino o passeio custa menos, mas dizem que não é tão seguro. Há alguns anos aconteceu um acidente grave quando um bote virou.

Quando terminar o Macuco, tome o ônibus novamente e desça na estação “Trilha das Cataratas”. As vistas dessa trilha são deslumbrantes: você vai ver todas as quedas argentinas a partir do melhor dos camarotes. No final dela também existem vistas incríveis: é lá que as pessoas clicam a foto clássica do arco-íris:

...e do lado brasileiro. Com arco-íris e tudo.

Duplo arco-íris, verdadeira ostentação da natureza, porque beleza pouca é bobagem.

Outras atrações da região: Ciudad del Este (mesmo para quem não é muambeiro, vale pelo interesse “antropológico”, por assim dizer), Usina de Itaipu, Parque das Aves, Free Shop de Puerto Iguazú (uma opção para quem quer fazer compras sem enfrentar o perrengue paraguaio), Templo Budista de Foz e Tríplice Fronteira. Mas tenha em mente uma coisa: as cataratas são as estrelas absolutas da região. Se for preciso, abra mão de qualquer outra atração para visitá-las tanto na Argentina quanto no Brasil. Depois volte aqui para me contar como foi. Boa viagem! 🙂


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*Nossos textos não são patrocinados. A gente indica aquilo que a gente gosta/aprova, porque isso também ajuda na viagem alheia. Simples assim.

Argentina

Sombra e água fresca

5 de janeiro de 2015

Sabe esse calor que não cessa? Buenos Aires.

Um dos lugares mais desgraçadamente quentes que a gente já visitou, a capital argentina é igualmente apaixonante (ou seja, dá-lhe paixão, porque o calor é pesadíssimo no verão). Não é por acaso que os caras têm um sol na bandeira, eu posso assegurar isso pra vocês. Quando estivemos por lá, um dos bairros mais famosos da cidade ganhou nosso coração por outro predicado importantíssimo para essa época do ano: a sombra.

E esse bairro é a Recoleta. Que assim como reza a lenda, é de fato um dos bairros mais charmosos e bonitos da cidade – não por acaso, também um dos mais ricos. Com seus prédios colados um ao outro, e várias árvores pelas calçadas, é em suas ruas que a gente encontra um bom descanso pro sol incessante do verão hermano. A Recoleta é conhecida por seu cemitério (onde estão Evita e Sarmiento – os dois políticos mais importantes da história argentina), restaurantes chiques com mesas na rua, alguns parques, e vários casarões que intercalam a paisagem de prédios e lojas pelas ruas. A entrada do cemitério é gratuita, porém na entrada vende-se um mapinha para o turista apressado encontrar rapidamente as sepulturas famosas (são várias). Se você não estiver com pressa e quiser contemplar a arquitetura dos túmulos ou encontrar os defuntinhos famosos, é só passear com calma que você encontra – o da Evita é até dificil de se fotografar, tal o povaréu que sempre se acumula em frente ao dito.

A bela entrada do cemitério da Recoleta...

A bela entrada do cemitério da Recoleta…

...que apesar da fama, continua sendo um cemitério.

…que apesar de bonito, continua sendo um cemitério.

Uma dica bacana aos passeadores de plantão é visitar a Basílica de Nossa Senhora de Pilar – uma igreja toda branquinha que fica logo ao lado do cemitério. Normalmente não muito povoada (o roteiro padrão de visitas ao bairro dificilmente inclui a igreja), o passeio por suas escadas e salas serve como um deleite aos olhos – as imagens que adornam a basílica são muito expressivas, delicadas e realmente bonitas – e também como um pertinente refresco após uma caminhada pelo bairro, ou uma visita ao cemitério.

A Basílica fica logo ao lado do cemitério.

A Basílica fica logo ao lado do cemitério.

Um detalhe de uma das lindas imagens que adornam a igreja.

As imagens são realmente lindas, até pra quem não é de igreja (como eu).

Por sorte dos menos abastados, também existem botecos mais populares espalhados pelo bairro: é só dar uma vasculhada carinhosa e não ter medo de analisar o cardápio antes de fazer (ou não) seu pedido – sim amiguinho, não é feio ir embora se o lugar que você escolheu for maior que a capacidade do seu bolso. Lição pra vida, e pra qualquer viagem: tenha em mente que uma cerveja tem que custar o preço de… uma cerveja.

A parede de prédios fornece uma bela sombra...

A parede de prédios do bairro fornece uma bela sombra.

Pra fechar esse primeiro textinho caliente sobre nossos hermanos: água. Sim, a vida não é feita somente de Quilmes e Freddo… uma hora a gente só quer tomar uma água. Vende-se água gelada em qualquer canto por Buenos Aires, mas nem toda água desce gostoso. Tentando explicar de uma forma bem grosseira, algumas marcas de água tornam-se meio “oleosas” assim que vão perdendo o gelo. Se você não tomar rapidinho, fica um negócio meio ruim se refrescar desse jeito. Das que experimentamos, a marca que mais se aproxima da água ideal é a Eco De Los Andes (e fique esperto: a sem gás é a verdinha, porque nem todo país é que nem o Brasil, onde o padrão é sem gás) – é uma água da Nestlé*, de preço pra lá de acessível.

Diretamente da nossa caixinha de bugigangas, o rótulo com a faixinha verde.

Diretamente da nossa caixinha de bugigangas, o rótulo com a faixinha verde.

Agora você já sabe onde e como enfrentar o calorão argentino 🙂

*Nossos textos não são patrocinados. A gente indica aquilo que a gente gosta/aprova, porque isso também ajuda na viagem alheia. Simples assim.