Faniquito

E o que fica?

28 de maio de 2015

Existe uma coisa mais importante do que a viagem em si: o conjunto de memórias que ela nos proporciona. Somos feitos de experiências, que nos afetam e transformam a todo instante. Num período especial – como uma viagem, uma data especial como um aniversário, um reveillon ou outras festas – tudo o que queremos é aproveitar ao máximo cada momento, e que de tão especiais levá-los dali em diante pro resto da vida. Mas sabemos que o tempo é cruel, e aos poucos certas memórias perdem cor, vida, detalhes e emoções, podendo se transformar futuramente numa imagem turva daquilo que já foram um dia.

Por sorte, vivemos num mundo onde qualquer registro é possível de diversas e excelentes maneiras. Hoje em dia qualquer pessoa pode gravar um vídeo (e que luxo era isso há 20 anos), um depoimento, ou ainda tirar fotos e mais fotos sem se preocupar “se o filme está acabando”. Possuímos um aparato considerável, a preços módicos e bastante populares já há algum tempo. Nossa memória agradece, pois tenho certeza que num futuro distante, mesmo que esses registros tenham se tornado obsoletos, eles existem – e resgatá-los será uma possibilidade E uma necessidade de toda uma geração.

"Minhas férias" - versão 1985

“Minhas férias” – versão 1985

Mas você já parou pra pensar como andam os seus registros?

Sim. Preservar as memórias é tão necessário quanto acumulá-las. E antes que eu seja considerado um cara com TOC, vou exemplificar o que quero dizer: em algum momento você já revirou as fotos (aquelas, reveladas, tiradas em máquinas analógicas) da sua infância? Conseguiu identificar as pessoas que estão ali? Ou as situações? Em que ano foram tiradas? Por sorte você talvez consiga encontrar aquele carimbo estratégico no rodapé ou no verso da chapa (e na pior das hipóteses, aquela data digital horrorosa no rodapé da foto). É pouco, mas é o que tínhamos… organizávamos álbuns de 24 ou 32 fotos, e nos baseávamos neles para contar uma história que só podia ser vista individualmente.

Hoje, tiramos 32 fotos durante nosso almoço, e exibimos pro mundo.

Então, que tal seguir umas dicas básicas pra organizar direito essa bagunça, e não fazer das memórias da sua viagem um catadão de arquivos aleatórios? Nada de muito difícil ou avançado, e que fará toda a diferença quando daqui a algum tempo você quiser lembrar onde e quando tomou aquele sorvete maravilhoso:

1) Uniformize e não invente

Local / AnoMêsDia_0001 - é baba.

Local / AnoMêsDia_0001 – é baba.

Lugares têm nome. Dias são datas. Monte pastas levando em consideração essas duas informações, e dificilmente você perde aquilo que registrou. Nada de “Nova Pasta (1)” e “Unnamed File”. Mais: se existe um diretório IMAGENS no seu micro, USE: crie um diretório Fotos, outro chamado Viagens dentro dele, e pronto! Parece besta porque é óbvio. Pras lembrancinhas físicas, a mesma coisa. Guarde tudo junto, num só lugar. E organize – é muita sacanagem jogar tudo num canto e depois querer achar alguma coisa. Sua viagem e suas memórias merecem respeito.

2) Backup – faça quantos puder

Mais vale dois HDs funcionando do que um soltando fumaça.

Mais vale dois HDs funcionando do que um soltando fumaça.

Já imaginou perder todos os registros de uma viagem inesquecível por desleixo? Nunca mais ver aquela foto incrível, tirada longe pra burro de casa? Nunca confie plenamente no HD do seu micro. Ou no seu cartão de memória, que pode ficar guardado acidentalmente ao lado de um ímã. Faça cópias dos seus arquivos – em DVD, HDs externos, em nuvens, pen drives, enfim… porque se existe uma certeza nesse mundo, é que um dia a sorte acaba – pra todo mundo. Então, seja precavido.

3) Está viajando? Gostou do lugar? Pegue uma lembrancinha e leve na mala.

Tente lembrar do nome do prato daquele restaurante húngaro...

Tente lembrar do nome do prato daquele restaurante croata…

Pode ser cartão de visita, guardanapo, etiqueta, folheto, bolacha de copo, o que for. Chegando em casa, organize um “coisário” com essas bugigangas. Se visitou várias cidades ou países, divida as coisas em envelopes ou saquinhos. Pode parecer besteira, mas se alguém te perguntar sobre o que fazer em certo lugar que você já visitou, a dica sairá redondinha. Não é mole guardar detalhes de diversos lugares visitados uma única vez, mas relembrar é fácil quando você tem à mão uma lembrancinha.

4) Faça um diário durante a viagem

Serve até como terapia, às vezes.

Serve até como terapia, às vezes.

Querido diário, as minhas férias foram…” – NÃO. Nada disso, pelamor. Acabou o dia? Antes de dormir (naquela pausa no banheiro, ou mesmo deitado na cama) faça um resuminho rápido dos principais acontecimentos do dia. Na hora de contar pra todo mundo com foi sua viagem, nada vai ficar pra trás, e quando quiser relembrar, essas anotações serão um roteirinho mais que simpático pra você sentir saudade daqueles dias 🙂

5) Capriche, e respeite suas memórias

Rale, e faça seu equipamento ralar também.

Rale, e faça seu equipamento ralar também.

Uma viagem é uma conquista importantíssima. Faça valer. Registre coisas interessantes, momentos bacanas, e viva intensamente cada segundo. São dias de deleite, não de pressa. Faça algum esforço para se orgulhar dessas memórias: cuide bem do seu material, tire fotos e faça seus vídeos com calma e cuidado. Mas não viva de fotos: viva os momentos que estarão nelas. Contar uma história bem vivida é mole – e a foto ou o vídeo são excelentes auxiliares, mas o protagonista é você.

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