Faniquito

Como tudo aconteceu

14 de dezembro de 2014

Não sei de onde veio esse amor por viajar, só sei que um dia me descobri assim: querendo conhecer o mundo inteiro. Sempre tive essa vontade, mas considerava uma vontade normal, mediana, coisa que todo mundo deve sentir.

Minha primeira viagem pra valer foi pra Argentina. Digo pra valer porque foi a primeira que fiz “sozinha”, sem os meus pais; porque viagem com os pais não conta. Eles sempre sabem pra onde ir e o que fazer, eles têm tudo planejado; viajar com os pais sempre tem aquele ar de segurança, de férias de criança.

E nessa primeira viagem pra Argentina, depois de deixarmos as malas no quarto, sairmos pela porta do hotel e darmos de cara com a rua, sem saber se deveríamos ir pra esquerda ou pra direita, sem falar a língua local, sem saber o que comeríamos pelos próximos nove dias, sem saber o que veríamos, o que sentiríamos, sem saber como iríamos nos locomover, ou seja, sem saber praticamente nada; confesso que me bateu um pequeno desespero, mas foi aí que uma faísca acendeu e aquela vontade que eu considerava normal cresceu a ponto de se tornar uma paixão inexplicável, quase um vício.

Hoje em dia, chegar num lugar completamente desconhecido me fascina de um jeito que poucas outras coisas conseguem me fascinar. Hoje, ao chegar num lugar novo, fico extremamente feliz em ouvir uma língua na qual eu não sei se estão me xingando ou me dando boas vindas, fico extasiada em olhar pra uma paisagem completamente diferente de tudo aqui que cresci acostumada a ver, fico ansiosa em pensar que meu almoço vai ter uma variedade de sabores que pode fugir totalmente da minha zona de conforto. Mais ainda, só de pensar em fazer coisas que normalmente não faríamos “em casa”, como subir uma montanha ou até mesmo andar sem destino fixo pela cidade até que seu corpo e seus pés implorem por descanso, isso sim, me deixa muito empolgada.

Por esses motivos (entre tantos outros) que viajar tomou um lugar de tanta prioridade na minha vida, por ter esse efeito terapêutico, por me propiciar conhecer tantas coisas novas, por me fazer viver experiências pelas quais nunca achei que fosse passar, até mesmo me interessar por assuntos que na escola nunca prestei muita atenção. Quanto mais conheço do mundo, muito mais quero conhecer.

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2 comentários

  • Responder Talita Campione Mateus 14 de dezembro de 2014 às 15:53

    Acabo de ler esse texto… É impossível não querer sentir essas emoções e saciar o desejo de explorar o mundo!!!
    Já to com um faniquito de viajar!!!!!

  • Responder Daniela 22 de janeiro de 2015 às 11:04

    Que incrível o seu relato!
    Fiz minha primeira viagem dessa forma (rumo ao desconhecido) agora em novembro na minha Lua de Mel. Fui para a Europa e dentro do avião eu estava me xingando do porque que eu não planejei cada minuto dos dias de viagem, do porque eu não li mais a respeito do bairro onde ficarei hospedada, enfim… Mas ao chegar em Lisboa (nossa primeira parada), após deixar as malas no hotel, sair para a rua e não saber se vai para direita ou esquerda, me fascinou deeemaaaiisss!

    Acho que o mesmo bichinho que te picou, me picou também! São sensações únicas que sentimos! É acordar pela manhã e saber que o dia vai te surpreender (com coisas boas, micos, coisas nem tão boas…rsrs)!

    Me identifiquei muitooo com seu texto! Parabéns pela forma como você colocou suas emoções! E que venham mais viagens para nos surpreender! =) Abraços!

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